01 | BRASILEIRA

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CAPÍTULO UM
001 | QG&E

ALLANNY SOARES POV'S

Meu reflexo batia contra a janela do carro e meus cachos voavam contra o vento que batia pela brecha aberta da janela, enquanto a paisagem passava rapidamente pelos meus olhos. O carro preto dirigia em direção à cidade de Califórnia nos Estados Unidos, em direção à faculdade de EUC university, a faculdade dos meus sonhos que hoje eu consegui realizar.

Não posso dizer que foi fácil por que com toda certeza não foi. Vindo da onde vim, uma garota com renda muito baixa, brasileira, Baiana que ficava a cerca de 7.823 quilômetros do seu sonho, com certeza não foi fácil.

A cerca de cinco anos atrás a minha pessoa favorita em todo o mundo se foi. O meu pai sofreu um grande acidente e com ele se foi metade do meu sonho. Eu nunca conheci a minha mãe, ela me abandonou com o meu pai quando eu tinha apenas dois meses.

Tive que começar a trabalhar na loja de roupas de minha madrinha o que me dava um bom salário, e consegui guardar o suficiente para vim. A passagem e o apartamento ficou por conta da escola já que eu fiquei como a melhor aluna da escola. Quando uma brasileira quer algo ela consegue.

Eu pude vim sem me preocupar em como seria se meus tios iriam ficar enquanto estivessem fora, os tios que cuidaram de mim depois da morte de meu pai. Eles sempre me apoiaram nesse sonho, e saber disso me deixa super feliz e grata.

O carro parou em frente a grande universidade que de longe seria facilmente confundida com um castelo, tem um modelo antigo, em diferentes tons de marrom. Certamente com cerca de trezentos metros de altura. De longe consigo ver os alunos conversando em grupos ou até pessoas andando sozinhas mexendo no celular ou fazendo outros tipos de afazeres.

— Obrigada. — Fechei o porta-mala e o carro saiu enquanto eu levantava a alça da mala preta, e coloquei a outra por cima do meu ombro.

Do lado de fora da universidade é possível reconhecer os novatos, todos estão com suas malas ou com um pequeno papel em mão, informando as regras escolares, o número do dormitório e o horário de aula.

Enquanto o restante já está acomodado no pequena grama verde que tem na frente da universidade ou nos bancos espalhados por todos os lados, e até em pé mesmo.

Tirei o papel de dentro do bolso da calça e procurei aonde falava o número do meu dormitório. Aparentemente peguei um quarto com cinco camas, ou seja, vou dividir o dormitório com quatro garotas, irritantes ou legais? Essa pergunta rodeia minha cabeça durante todo meu caminho de viagem.

A universidade por dentro é totalmente branca com detalhes em azul marinho e com uma grande placa de boa-vindas. Virando para a esquerda o corredor é completo de armários prata com o cadeado do seu número. Do lado direito também está lotado com os armários, o corredor está deixando dificuldade em andar já que há pessoas para todos os lados.

— Quer ajuda? — Olhei para o lado que a voz fina saiu, um garoto pouco mais auto que eu, olhos castanhos claros a luz do sol, e cabelos louro tão claro que parecia com o do Draco Malfoy, falou ao meu lado, com um sorriso gentil no rosto.

— Na verdade sim, sabe aonde fica esse dormitório? — O garoto tomou o papel de minha mão quase rasgando e passou o olho até seu olhar cair no número do dormitório; 65.

— Claro que sei. É praticamente ao lado do meu. O que é estranho, não é normal uma garota por lá. — O garoto tomou a bolsa de minha mão e começou a caminhar sinalizando para eu ir atrás dele, olhei para os lados sem entender e depois comecei à caminhar.

Não imaginei que me daria bem tão fácil assim com as pessoas Estado-unidense, na verdade acreditei que todos iriam me ignorar completamente. Alguns amigos, colegas e até mesmo vídeos aleatório que encontrei no meu TikTok me mostravam o lado ruim sobre uma brasileira morar fora, principalmente nos Estados Unidos, graças a grande forma de sexualização que todos nós veem e nos tratam.

QUATRO GAROTOS E EU [ HARÉM REVERSO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora