46| CONVERSA

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ALLANNY SOARES POV'S

O quarto parecia o pior lugar para ficar neste momento. Meu corpo inteiro doía e a minha cabeça não parava de rodar e doer. Tudo o que eu mais precisava agora era do abraço de quem eu amava, das palavras reconfortantes dele e dos seus braços ao meu redor.

Mas eu não podia ter ele comigo neste momento, e isso era o que mais me doía.

Em momentos difíceis, eu corria até o quarto do meu pai e ele precisava apenas olhar para o meu rosto e perceber que eu não estava nada bem, e então ele me abraçava até que eu me sentisse melhor e nunca forçava para que eu falasse o que acontecia, apenas esperava eu me sentir bem e então ele estaria lá para me apoiar.

Mas eu não poderia ter isso agora.

Tudo o que eu mais queria fazer no momento era arrumar as minhas coisas e ir embora da Califórnia. Pegar o primeiro avião para o Brasil e sumir da vida de todos que um dia eu conheci aqui.

Meu corpo caiu na cama, minha respiração ainda desregulada e sentindo um enorme e doloroso aperto no peito. Fechei meus olhos enquanto tentava puxar o ar de volta, mas eu não conseguia, a a cada momento ficava ainda mais difícil de respirar e eu já conseguia sentir tudo rodando e ficar embaçado.

Quando um barulho na porta ecoou pelo quarto, eu tentei levantar meu rosto para ver algo, mas tudo estava embaçado e tudo estava começando a ficar preto, apenas consegui ver um movimento entrando pela porta.

- Anny.. - Foi tudo o que eu ouvi antes de que alguém pegasse a minha mão e me fizesse olhar para frente, aonde alguém estava agachado. - Respira comigo, amor.

Reconheci a voz de James e o moreno puxou minha mão para o seu peito, prensando minha mão ali para que eu conseguisse seguir seu ritmo.

Fechei os olhos tentando controlar a respiração, mas nada pareceu adiantar. Lágrimas caiam descontroladas do meu rosto e senti a mão de outro alguém as enxugando. Minha respiração ainda estava descontrolada quando abri meus olhos, desta vez conseguindo ver todos os meninos no dormitório, por mais que seus rosto estivessem embaçados.

- Amor, presta atenção em mim, okay? - James chamou minha atenção novamente, olhei em sua direção vendo ele agachado na minha frente. Acenei com a cabeça e ele apertou mais meus dedos no seu peito. - Conta comigo. Um.

James começou a contar enquanto respirava fundo, puxando o ar e parando alguns segundos para logo depois soltar. O moreno fazia um carinho na minha mão enquanto eu me concentrava em repetir os movimentos de seu peito.

- Onze. - Minha respiração já estava mais calma, apesar de que eu ainda me sentisse ofegante. Mattheo enxugou as lágrimas acumuladas nos meus olhos e agora eu conseguia ver melhor seus rostos.

- Está mais calma? - Thomas perguntou se aproximando da cama com um copo de água, entregou na minha mão e eu acenei com a cabeça, levando o copo até a boca e bebendo um gole.

- Me desculpem.. - Entreguei o copo para Thomas e fechei os olhos respirando fundo. Eu queria fugir de toda essa confusão, mas eu já tinha fugido demais de tudo isso. Eu não poderia ser covarde mais uma vez.

- Você não tem culpa de nada, Amor. - Harry se sentou ao meu lado e pegou uma de minhas mãos, apertando levemente como forma de apoio.

QUATRO GAROTOS E EU [ HARÉM REVERSO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora