12| QUARTO DO PÂNICO

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⚠️Aviso: Ataque de pânico, crise de ansiedade.

JAMES DESS POV'S

O show foi um sucesso, todos gritaram e aplaudiram antes que eu me retirasse totalmente do palco, no camarim, Mattheo me esperava com um sorriso orgulhoso no rosto, caminhando até mim e me envolvendo em um abraço.

- O show estava perfeito, cara. Você arrasou. - Por mais que Mattheo me dissesse que havia saído tudo ótimo, algo me dissia que eu havia feito tudo errado, e há qualquer momento alguém iria falar.

- Valeu, Mattheo. - Caminhei até o pequeno Guarda roupa, que contém roupas que trago para trocar assim que o show acabasse. Procurei por uma blusa preta com alguma estampa, e uma calça também preta. - Vai ficar olhando enquanto me troco?

- Eu não. Não quero me traumatizar quando ver esse negócio que você chama de pênis. - Esperei quando o loiro se virou de costas, e comecei a me trocar. - Tem alguém lhe ligando.

- Olha para mim. - Terminei de passar a camisa por meus braços, e depois arrumei o cabelo com a mão. Quando levantei o olhar, percebi Mattheo olhando para o celular que não parava de apitar em sua mão. - Quem é?

- Huhum.. - O loiro coçou a garganta, e se virou para mim novamente, estendendo o celular em minha direção.

O nome "Mike" brilhava na tela. Meu gerador estava me ligando mais uma vez, e eu, mais uma vez, desliguei a chamada. Essa já é a quinta vez em uma semana. E hoje ainda é terça-feira.

Desde o primeiro dia do ano de 2022 que meu gerador não deixou de me ligar sequer uma vez. Já fazem três meses que ele não para de me ligar, e já faz três meses que eu evito qualquer tipo de contato com ele.

- Vai mesmo continua ignorando? - Coloquei o celular no bolso, ouvindo o loiro falar, parecendo procurar as palavras certas antes de tocar no assunto.

- Não tenho nada o que falar com ele, Mattheo. - Começamos a sair em direção à boate, mas novamente eu senti o celular vibrar em meu bolso. Já estava pronto para desligar novamente, quando o nome "Mom queen" apareceu na tela desta vez. Temi que algo tivesse acontecido e rapidamente atendo o celular. - Mãe? Tá tudo bem? Algo aconteceu? Precisa de ajuda?

- Filho, calma. Estou bem. - Solto o ar que segurava pela boca, e logo depois fiz sinal para o loiro que encarava preocupado, para dizer que estava tudo bem. - Atenda ele, James.

- O que? - Demorei alguns segundos para entender o que ela havia dito, mas logo entendi, e comecei a balançar a cabeça mesmo que ele não pudesse ver. - De jeito nenhum.

- Escute o que ele tem há dizer. Por favor, só uma vez. Por favor, querido. - Ficamos os próximos trinta segundos em silêncio, mordi os lábios inferior neste curto-longo tempo, até ela soltar um ar cansado pela boca. - Tudo bem.

- Vou lhe visitar assim que puder. - Mudei de assunto rapidamente, pois sabia que aquele assunto não magoava apenas à mim, à ela também. - Te amo. Fica bem.

- Eu vou ficar. Também te amo, pequeño. - A mais velha me chamou pelo mesmo apelido de anos atrás, na sua língua materna. - Tente apenas uma vez, James.

E então a chamada foi encerrada. Sequer passaram quarenta segundos, e logo brilha na tela de meu celular uma mensagem de "Mike" .

Pode vim aqui? Agora?
Só quero conversar, Dess.

Não tenho certeza se merece
minhas palavras, Mike.

Por favor, não sente
falta de seu pai? Fazem
quinze anos, Dess. Apenas
uma chance. É isso que lhe peço

QUATRO GAROTOS E EU [ HARÉM REVERSO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora