QUATRO GAROTOS E EU [ HARÉM REVERSO ]

41| CALIFORNIA

ALLANNY SOARES POV'S

A despedida não foi tão dolorosa quanto eu imaginei. Sabia que em alguns meses os veria novamente, então não doeu tanto quanto da última vez. Mas uma dor aguda ainda existia em algum lugar do meu peito, algo lá no fundo me falando que nada estava cem por cento bem, mas que iria dar tudo certo, então apenas me despedi deles e entrei no avião rumo a Califórnia novamente.

Chegamos na casa de Harry depois de dezenove horas de voo e mais trinta minutos de carro. Ainda teríamos dois dias em casa antes de voltarmos para as aulas, então decidimos ir para a casa do cacheado passar esses dias lá.

Seu pai nos recebeu com o maior sorriso possível no rosto, os braços abertos esperando o filho correr até ele e o abraçar como se não se vissem a anos.

Logo depois ele veio até mim e me abraçou pelos meus ombros, sua cabeça acima da minha enquanto eu abraçava sua cintura. O homem me deixou um beijo na testa e se afastou para me olhar.

- Como foi no Brasil? Gostou da surpresa? Como os meninos se comportaram? Você está bem? Está com fome? Como foi o seu voo? - O homem me fez diversas perguntas de uma vez só, mau me dando tempo de responder.

- Ei, eu tô bem! - Sorri para ele e me afastei para pegar minha mala no banco de trás do carro. - Eu respondo tudo depois de tomar um banho.

- Preparei um jantar para vocês. - O homem me ajudou a levar minha mochila para dentro, logo depois entregou a Thomas que começou a subir juntamente com os meninos e levou minhas coisas para o quarto. - Mas então, como foi lá?

- Foi incrível! Muito obrigado pela surpresa senhor Thompson. - O mais velho sorriu para mim e depois me repreendeu por chamá-lo de senhor.

- Eu já disse para me chamar apenas de Jones. - O homem falou e me levou para sentar no sofá e se sentou ao meu lado. - Mas eu não fiz nada para essa surpresa, quem deu a ideia na verdade foi os meninos.

- Eu sei. Mas também sei que o senh- você, ajudou bastante nessa ideia maluca. Muito obrigado mesmo. - O mais velho sorriu novamente.

- Eu não devia ter apoiado. Mas quando eu vi você naquela noite... e vi o quanto os meninos queriam te ajudar a se sentir bem, eu não pensei três vezes antes de ajudar. - Sorri sem graça depois de lembrar daquele dia e tudo o que me aconteceu nesta casa.

- Jones, eu... - Eu queria poder conversar com ele sobre tudo o que estou sentindo no memento, saber o que ele me recomendaria e principalmente o que ele falaria sobre, mas nada saia da minha boca.

- Você já foi em uma loja de doces e pensou, eu gosto desses quatro, mas eu não posso ter os quatro de vez, só posso escolher um? Mas então, no final você acaba levando os quatro porque não soube escolher entre eles? - O homem começou a falar e no início eu não entendi, mas logo eu comecei a entender de que não era sobre os doces. - Não precisa escolher só um doce, Anny. Se você gosta dos quatros, não deveria ligar se vão gostar da sua escolha ou não.

- Mas e se a sociedade me julgar por eu ter escolhido quatro doces diferentes? - Perguntei de volta, não conseguindo olhar para sua direção, olhando fixamente para a mesa de vidro na nossa frente.

- As pessoas vão julgar você mesmo se você só escolhesse um doce. Ou se você não soubesse escolher entre os quatro eles iriam te julgar por ser indecisa demais. - Mordi o lábio inferior pois sabia que tudo aquilo era verdade. - O que você deve fazer, é ignorar tudo o que vão falar sobre você por escolher os quatro, porque você vai escutar muito. Mas se você está feliz por não precisar escolher, é o que importa.