QUATRO GAROTOS E EU [ HARÉM REVERSO ]

31| NOSSO LUGAR

Alerta: Morte e possível gatilho.

ALLANNY SOARES POV'S

Existe uma história engraçada que levou a mim e Lydia para o lugar aonde eu e ela estávamos indo agora.

Quando eu e Lydia éramos pequenas, eu e nossos pais saímos para uma pequena praia pouco conhecida na Bahia, que tinha muitas árvores e a onda era baixa, mas era pouco movimento.

Estávamos brincando na areia, até que decidimos ir brincar de pega-pega. Nossos pais apenas pediram para não irmos muito longe ou conversar com estranhos, acenamos e começamos a correr pela praia na areia, correndo atrás da outra até alcançar e depois a outro corria.

Até que uma hora eu acabei entrando em uma mata, me escondendo atrás das árvores enquanto corria para cada vez mais longe da praia.

Lydia corria atrás de mim e gritava por meu nome desesperadamente, eu apenas corria enquanto sentia a adrenalina passar por todo meu corpo enquanto eu corria cada vez mais.

Até que em um momento de descuido, eu acabei virando o rosto para trás, ainda correndo para ver Lydia correndo também. Meu pé acabou torcendo e eu caí em uma espécie de escada, acabando sentada em frente a uma cachoeira.

Era um lugar simplesmente perfeito e parecia até mesmo mágico. Não é um lugar conhecido e acredito que ninguém nunca foi lá, mas era simplesmente incrível.

A cachoeira dava em um pequeno lago, com algumas gramas e flores pequenas aos lados, o lugar era escondido, mas muito lindo.

Lydia acabou caindo por cima de mim quando acabou tropeçando da mesma forma que eu, o que machucou a minha coluna e quebrei meu braço quando coloquei ele para frente para amortecedor minha queda.

Depois desse dia, aquele lugar acabou se tornando apenas nosso, nós duas sempre íamos lá quando precisávamos desabafar ou conversar uma com a outra. Era um lugar que apenas a gente conhecia e voltávamos sempre.

Era um lugar para se expressar e sempre deixar nossos segredos lá. Uma forma de desabafar e deixar tudo de pesado para trás quando fôssemos embora. Porém, desde que tudo aconteceu comigo e meu pai, eu nunca mais fui lá. Essa é a primeira vez que vou depois de quase cinco anos.

- Estamos chegando? - Já era a terceira vez que Lydia me perguntava e sequer havia passado dois minutos. Eu preferi parar um pouco antes do lugar para poder apreciar a vista da praia e relembrar os dias que eu vinha aqui com minha família, por isso andamos um pouco mais.

- Estamos mais perto do que quando você perguntou da última vez. - Já estávamos dentro da floresta, então não estávamos tão distantes, virei meu rosto para a árvore que eu e Lydia havíamos escrito nossas iniciais para sabermos que estávamos perto. - Chegamos.

Atravessamos a árvore e logo demos de cara com a grande cachoeira, respirei fundo só de poder ver aquela grande paisagem novamente depois de anos, e ver que ainda estava praticamente da mesma forma que estava antes.

- Continua lindo. - Lydia falou atrás de mim e depois começou a ir até a escada de areia concreta e descendo até o nosso lugar.

Era estranho estar em um lugar que guardava tantos segredos e tantas histórias boas e ruins e mesmo assim conseguia ser um lugar que me reconfortava de uma forma incrível.