QUATRO GAROTOS E EU [ HARÉM REVERSO ]

08| SEGREDO REVELADO

ALLANNY SOARES POV'S

Sai da sala de Medicina, sozinha, pois Thomas não disse nada durante a aula inteira, talvez ele não tenha falo desde o dia da biblioteca secreta, que encontrei através de James. Não que ele já não me ignorasse, mas desta vez, ele evitou se sentar do meu lado, me deixando sozinha no canto enquanto ele se sentava com algumas pessoas que ficaram quietas assim que ele se aproximou.

Com Noah ontem foi interessante, conversei bastante com ele e ainda estou tentando entender o medo dele ficar no mesmo local que Jaden. Eu entendo que, o loirinho idiota, seja realmente insuportável, mas eu quero saber o por que o ele ficou desesperado em saber que Jaden estava no mesmo local que nós dois.

Harry não dormiu na Universidade pois teve um problema em casa, ou seja, não pude perguntar sobre Noah, ou sobre a festa, mas se der certo, eu pergunte hoje.

Mas.. Hoje, logo depois que sair da sala, tive a surpresa de ser o assunto da universidade por mais um dia, porém, desta vez, não foi pelo soco que dei em Jaden, foi por um assunto super diferente e desta vez, mais séria.

Uma vez, a mais ou menos seis anos atrás, uma pessoa muito importante me disse, que quando visse alguém no "mundo" dele, que eu não fizesse nada, apenas deixasse a pessoa quieta.

Mas hoje, quando vi Mattheo tocando a guitarra como se dependesse disso pra viver, eu me senti no mesmo mundo que ele, como se eu pudesse entender seus sentimentos sem que ao menos ele precisasse me contar.

Talvez tenha sido por isso que eu me sentei no banco do piano, e comecei a tocar no ritmo da música que ele tocava.

Hoje, mas tarde, após eu e Mattheo sairmos da sala, dicidi ir atrás de Harry, saber um pouco mais sobre Noah e entender se realmente quero conhecê-lo melhor.

Matheo havia me dito que Harry gosta de treinar futebol no campo durante as aulas vagas ou quando está vazio, então, foi fácil de encontrar. Durante todo o caminho até a campo de futebol (a qual é a primeira vez que visito) não vi rastros de mais ninguém "conhecido" por mim, mas era insuportável o olhar de julgamento que todos me olhavam, porém, eu estava decidida a ignorar todos eles.

Harry realmente estava sozinho no meio do grande campo, vestido apenas com uma regata branca e uma calça de algum tecido solto escuro.

Olhando desta forma, eu entendi o por que de eu ter soltado aquela frase na festa, que me causou um rosto quente e vermelho de vergonha no dia seguinte.

Com a regata é possível ver seus músculos, seus cachos quase totalmente bagunçados em sua cabeça, o suor escorrendo por seu corpo por completo, a corrente dourada que estava em seu pescoço caía muito bem, enquanto ele corria de um lado para o outro com a bola nas mãos, correndo em direção à área do lado ("adversário"), e logo acertando a bola no chão.

Talvez, eu não esteja cem por cento certa em saber como funciona um jogo de futebol americano, mas, vendo o cacheado jogar me deixou interessada em descobrir um pouco mais do jogo, um futebol diferente de qual estou acostumada.

- Allanny? - Pisquei uma vez e olhou para Harry com um pequeno sorriso no rosto, só percebendo agora que ele estava ao meu lado.

- Tem um minuto? - Harry levantou uma sobrancelha e logo depois acenou com a cabeça.

- Espera dois minutos? Vou guardar a bola e pegar minhas coisas. - Falou e eu apenas acenei com a cabeça, logo depois o moreno começou a correr em direção ao vestiário.

[...]

Cerca de quatro anos, comecei a frequentar o consultório da Dr. Andréia, uma psicóloga da minha cidade, que trabalhava durante doze horas por dia, atendendo pessoas como eu que precisavam de um suporte, era um consultório público, o que facilitou muito naquela época.

Eu havia desistido de vim para New York, e com minha mãe afundada em álcool e drogas, sem o devido apoio que eu precisava na época, eu sabia que tinha um total de zero por cento de chance de vim.

Porém, hoje estou aqui, e não foi fácil, com certeza não foi. Andréia teve que ser paciente e muito convincente para me fazer mudar de ideia. E ela tinha razão, foi um sonho que não foi construído apenas por mim, e sim por mim e pelo meu pai. Eu não estou aqui só por mim, estou aqui por ele também, e se tudo der certo, eu irei me formar aqui por ele, e por mim.

Então, depois de toda a construção emocional que eu tive durante esses quatro anos para conseguir chegar aonde cheguei, não será destruído por alguns rumores que insistem em fazer com meu nome, ou esses olhares que estão em cima de mim desde o momento que entrei na universidade novamente, com Harry desta vez.

- Noah? Ele.. É um cara legal, eu acho. - Lancei um olhar duvidoso em direção ao moreno que me devolveu com um olhar divertido. - Eu não sei, Allanny. A gente só se conhece de uma vez que eu acabei bebaço em uma festa, e ele que me levou até o Thomas, depois disso, eu só vejo ele em algumas aulas, ou festas, não sei muito sobre ele.

- Que merda, ninguém sabe nada sobre ele. Quando eu perguntei sobre ele ao Mattheo, ele disse que não sabia quem era, minha última esperança era você. - Caminhamos em silêncio para algum lugar sem rumo, enquanto eu tentava ignorar de todas as formas os olhares.

- Tem algo que eu sei sobre ele, mas acho que você não vai gostar muito. - Virei meu rosto para ele novamente esperando que ele continuasse. - Estava tendo um rumor, dizendo que Noah estava tendo um caso com um garoto, mas quando descobriram quem era, foi o assunto na escola durante meses.

- Quem?

- Jaden.

Mas que merda!! Por que este mimadinho sempre tem que está aonde não é chamado? Ontem, quando conversei com Noah, eu realmente gostei das conversas que jogamos fora ontem, não estou dizendo que eu goste dele, e sim que ele é bom de papo, mas o loiro nojentinho, tinha que estar no meio.

- Que Droga, esse filho da mãe tem que sempre estar aonde não é chamado? - Eu estava tão revoltada que sequer reparei quando comecei a falar português.
Harry me olhou divertido como se seu desafio agora fosse adivinhar o que eu estava falando.

- Não sei ao certo o que você disse, porém, foi exatamente desta forma que a escola ficou quando soube. - Continuamos a caminhar desta vez voltando para o campo, desta vez sentando em uma fileira da arquibancada.

Agora na minha cabeça faz sentido, quando Jaden chegou ontem no jardim, Noah se sentiu totalmente desconfortável e pediu que a gente se retirasse do local. Foi estranho naquele momento, mas se realmente for verdade o que Harry disse, faz sentido.

É normal eu me sentir traída por uma pessoa que eu conheço a menos de vinte e quatro horas? Se Noah na verdade está conversando comigo por algum tipo de plano que Jaden estiver armando contra mim? Ou alguma coisa do tipo? Sim, eu sou paranóia.

- Cara, estou me sentindo muito lerda no momento. Estava bem de baixo do meu nariz, mas eu fui incapaz de ver. - Harry riu da minha revolta enquanto eu provavelmente ainda estava vermelha de raiva.

- Nunca foi confirmado, Brasileira, nenhum dos dois nunca desmentiu ou oficializou algo, então, com o tempo todos pararam de falar sobre e esqueceram o assunto. - Harry parou do falar apenas para beber um gole de água na sua garrafa e logo voltou a falar. - Ainda falam que eles se encontram as escondidas, já que algumas vezes, quando estão na mesma sala, um sai e alguns minutos depois o outro sai atrás. Porém, novamente, nada confirmado por nenhum dos dois.

- Ainda assim, se for verdade, ele pode testar tentando se aproximar de mim por algum plano doido do Jaden, sei lá. Aquele garoto é doido. - O moreno soltou uma risada rápida e irônica, depois se virou para mim.

- Não estamos em um filme, Brasileira, por mais que Jaden lhe odeie, ele não iria bolar um plano tão bolado assim, ele pode ter essa posse de "fodão", porém, muita das vezes ele é só um garoto indefeso com uma máscara, que só precisa ser tirada.

De certa forma, Harry tem razão, não estamos em um filme. Jaden é só um garoto indefeso com uma grande máscara e com vários "seguranças" em volta, só preciso de alguma forma, desmascara-lo.

AUTORA 🐋

1- Eu tenho uma relação de amor e ódio com alguns personagens, mas não é quem vocês imaginam....