42| CONFIANÇA

2.2K 322 59
                                    

ALLANNY SOARES POV'S

Confiar em alguém vai muito além do que as pessoas imaginam. Normalmente usam essa palavra como se não houvesse um significado tão forte por trás dela.

Quando uma pessoa pergunta se você confia nela, e você apenas fala que confia, isso significa que você poderia confiar até mesmo a sua vida a essa pessoa.

A confiança vai de um simples ato, como a confiança em deixar a outra pessoa escolher o sabor do seu sorvete, à um ato super importante, como confiar a sua vida para ela.

Eu não sei em que ponto eu comecei a pensar sobre isso, mas de alguma forma eu cheguei a essa conclusão.

Talvez seja pelo fato de James ter me acordado logo cedo esta manhã, me dizendo que iria me levar para conhecer uma pessoa. Me disse que é uma das pessoas mais importantes da vida dele e apenas os meninos já haviam ido até lá com ele. Ou seja, ele confiava em mim para me levar até essa pessoa.

Ele não falou muito enquanto dirigia, suas mãos estavam apertando o volante como se estivesse nervoso e ansioso. As veias em seus braços estavam destacadas e sua respiração um tanto pesada.

Não soube muito o que fazer na hora, então apenas peguei uma de suas mãos e levei até minha coxa, entrelaçando nossos dedos e apertando sua mão de forma leve, logo depois fazendo um carinho com o polegar.

O moreno olhou para mim por alguns segundos, seus olhos azuis me prendendo como se eu estivesse vendo o universo inteiro dentro deles. Ele olhou para nossas mãos e apenas apertou as minhas como se mostrasse que estava bem mesmo sem ser com palavras. Logo depois olhou para mim e sorriu me passando conforto.

- Estou te levando para conhecer minha mãe. - O moreno falou e voltou a olhar para estrada depois que o sinal ficou verde novamente.

Meus olhos se arregalaram e espontaneamente eu apertei sua mão, fazendo minhas unhas cravarem em sua pele. O menino contorceu o rosto mas não falou nada, apenas focou os olhos na estrada enquanto dirigia.

- Porque não me falou?! Eu poderia ter me arrumado mais e trago um presente. - Comecei a me desesperar enquanto olhava minha roupa e depois desentrelacei nossas mãos para olhar o meu cabelo no espelho.

O moreno apenas deixou sua mão pousada na minha coxa e riu de leve do meu desespero. Minha concentração se voltou totalmente para ele quando o mesmo apertou levemente minha coxa, me fazendo sentir um embrulho no estômago.

- Não se preocupe, sunshine. A minha mãe vai amar você da forma que você é, está bom? - O moreno falou e virou para entrar em outra estrada, alguns segundos depois olhou para mim com um sorriso. - Estamos chegando.

- Está bem. - Coloquei a minha mão por cima da sua na minha coxa e as entrelacei, ainda deixando por cima de minha coxa.

Não demorou mais do que três minutos para que nós chegássemos em frente a um hospital psiquiátrico. Olhei para a janela e senti um arrepio passar pelo meu corpo quando diversas perguntas vieram em minha cabeça.

E se ela não gostar de mim?
E se ela não gostar do meu cabelo?
Das minhas roupas?
Da minha voz?
Da minha forma de agir?
E se eu estragar tudo?!

Parecendo perceber o meu desespero, James apertou minha mão e eu olhei em sua direção, sendo presa mais uma vez nos seus olhos azuis como o mar. O moreno sorriu e se aproximou de mim, me deu um beijo na testa, logo depois se afastou um pouco e olhou para mim. O sorriso confortante ainda no seus rosto enquanto sua respiração batia em meu rosto.

QUATRO GAROTOS E EU [ HARÉM REVERSO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora