Capítulo 5

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Linda

Uma semana havia passado, e entre a correria do trabalho e os vários nadas que fazia enquanto estava de folga, não vi o tempo passar.

O tempo e graças ao bom Deus, Elliot.

Mas como tudo que é bom dura pouco,
Elliot passou a vir todos os dias, no início da semana seguinte ao abrirmos a cafeteria, com mais das suas cantadas ridículas e seus inconvenientes convites para sair, não mais tão sutis.

Sua presença me incomodava e infelizmente não tinha muito para onde correr.

Era quinta-feira, estava finalizando a limpeza da cafeteria, e apesar da placa de fechado, olhei para a porta quando o sino tocou e Elliot entrou.

Me surpreendi com sua presença já que desde segunda ele só veio pela manhã.

- Lindeza! - Cumprimentou eufórico caminhando para dentro do café.

- Elliot, o que faz aqui? - Perguntei franzindo a testa.

Automaticamente coloquei as mãos devagar nos bolsos de trás do jeans que usava me certificando que meu celular estava lá.

- Pensei em passar e te dar uma carona, mas sua cara me diz que não está muito feliz em me ver. - Respondeu com um sorriso de canto de lábios.

- Você apenas me assustou, já estava de saída. Agradeço mas não preciso de carona, preciso resolver umas coisas antes.

Puxei a alça da minha bolsa da cadeira colocando no meu ombro e peguei as chaves em cima da mesa caminhando para a saída.

Elliot me interceptou assim que coloquei a mão na maçaneta da porta.

Me assustei quando uma mão veio para minha cintura me virando e prensando minhas costas à porta de vidro, a outra foi colocada acima da minha cabeça.

Perto, ele estava muito perto e meu coração começou a bater desenfreado.

Ele balançou a cabeça de forma negativa e suspirou antes de dizer:

- Sempre com desculpas na ponta da língua. - Ele cheirava a álcool.

Seus olhos viajavam pelo meu rosto e corpo com um brilho que parecia excitação e luxúria.

- Elliot, o que... o que está fazendo? Você precisa me soltar, e eu... eu... - Comecei a gaguejar sentindo o aperto de sua mão na minha cintura. - Preciso ir embora.

Coloquei minhas mãos em seu peito tentando afastá-lo.

- Estou ficando cansado das suas desculpas e das suas recusas. - Falou com evidente frustração. - Eu te quero Linda! Você é inteligente demais para ainda não ter percebido, então tudo que posso imaginar é que está me rejeitando.

Era possível ver suas pupilas dilatadas pelo álcool ou pelo que quer que ele tenha usado, o desejo totalmente evidente em sua fala.

- Eu já disse, não estou com cabeça para sair, me divertir ou pensar em me envolver com alguém, você precisa entender que acabei de perder minha mãe e...

- Eu entendo Lindeza, mas sua rejeição está me matando! - Elliot disse alto e depois baixou a voz, um sorriso de escárnio surgiu no seu rosto. - Deveria se sentir lisonjeada por eu estar interessado em você. Sabe quantas mulheres fariam qualquer coisa para estar no seu lugar? - Fitei seu rosto incrédula com suas palavras.

Eu queria esmurrar o peito dele e gritar que estava me fodendo para as mulheres que lambiam o chão que ele pisava, mas meu cérebro estúpido não seguia meus comandos, me deixando paralisada.

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