Christopher
Por dias fiquei me perguntando quanto tempo demoraria para que aquela moça esquentadinha entrasse em contato exigindo uma quantia em dinheiro para não ir a imprensa dizer que eu a havia atropelado e não prestei socorro.
Me perguntei também como eu tinha sido burro o bastante para não ter tentado encontrá-la e fazer com que assinasse um acordo tirando minha responsabilidade pelo ocorrido.
Ainda que seu nome fosse incomum, não era raro, então seria como procurar agulha num palheiro sem saber seu sobrenome.
Parando para refletir, eu tinha pensado bastante sobre aquele dia, principalmente naqueles olhos verdes.
Havia ficado intrigado com a forma como a moça bateu de frente comigo, mas também refleti sobre o que poderia ter feito com que corresse para o meio da rua sem prestar o mínimo de atenção.
Era como se estivesse fugindo de algo, ou de alguém...
Naquele dia eu estava tão puto que nem sequer me importei, mas agora sabendo que era uma pessoa que fazia parte da vida de Anne, fiquei curioso.
Havia carinho e algo mais na forma como Anne a tratava e conhecendo minha secretária a mais tempo do que me entendia por gente, poderia dizer que era uma mistura de compaixão e pena.
Depois de toda a confusão entramos os quatro no prédio e nos dirigimos para o elevador.
Acho que escutei a moça perguntando baixinho se era eu o chefe mau humorado e rabugento, Anne riu e anotei mentalmente para perguntar o que aquilo significava.
Conhecia meu gênio forte, sabia que Josh e Anne eram provavelmente as únicas pessoas que me suportavam além dos meus pais.
Eu amava aquela senhorinha mais do que pudesse imaginar, ela trabalhava para meu pai, me conhecia desde a barriga da minha mãe.
Era quem cuidava de mim quando vinha para empresa, me dava desenhos para colorir e me ensinava o que podia.
Na adolescência, ouvia meus problemas e me aconselhava.
Quando meu pai me passou o controle das empresas, Anne quis continuar trabalhando para mim, e eu tive e tenho muita sorte por ter uma segunda mãe por perto.
Assim é até hoje.
Faço imensas cagadas, ela puxa minha orelha, a chamo de velha ranzinza e no final das contas sei que ela me ama como o filho que nunca pôde ter.
- Anne, pode usar o banheiro da minha sala, preciso revisar uns documentos com Josh. - Digo ao sairmos do elevador.
- Obrigada Querido! - Ela sorriu para mim e dei um aceno de cabeça indo em direção a sala do meu advogado, amigo e parceiro de negócios. Facilitava que ele estivesse no mesmo andar que eu, eram as duas únicas salas no último andar do prédio. - Tenham um bom dia meninos!
Josh deu um beijo em Anne, abriu um sorriso largo para a morena ao seu lado e seguiu para me encontrar no corredor.
Não olhei para trás.
Tomamos um rápido café conversando banalidades e fomos até sua sala.
Sentei de frente para sua cadeira, passando a mão no cabelo e tentando reduzir a irritação que aquela garota me causava.
- Uau, nunca vi uma mulher te deixar tão puto. - O desgraçado teve a coragem de rir da minha cara ao sentar na minha frente.
- Quem disse que estou puto? Ela não é uma mulher, é só uma pirralha. Não quero falar sobre ela. - Josh arqueou uma sobrancelha na minha direção.
- Ok... Você revisou e assinou os contratos da compra da Holdin company que te entreguei ontem?
- Merda! Sabia que estava esquecendo algo, me dá um minuto, já volto. - Falei me levantando.
- Posso pedir Stela pra buscar.
- Duvido que ela encontre. - Sorri sabendo da bagunça que minha mesa estava e sai com passos apressados em busca dos documentos.
💕

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Minha Vida
Romance*Esta não é a versão original do livro* A vida de Linda muda drasticamente quando seu caminho cruza com o do charmoso bilionário Christopher Hale. Ela precisa de proteção. Ele precisa de alguém que o ajude a se manter na linha e preservar sua boa im...