Capítulo 41

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Linda

Christopher e eu experimentamos uma semana de pura tensão sexual, tanto dentro de casa quanto na empresa.

Ele estava sempre beijando minha cabeça ao descer para o café e antes de entrar em seu quarto no fim do dia, as vezes apoiava as mãos em minha cintura ou nos ombros ao andarmos pela empresa, muitas vezes entrelaçava nossos dedos em público ou beijava minha bochecha, e tudo isso com a desculpa de mantermos as aparências.

Eu também não conseguia me manter afastada.

Por duas vezes o peguei dormindo no sofá da sala depois de uma videoconferência de horas após o expediente e o observei dormir.

Em um dos dias da semana acordei de madrugada e desci para fazer um rápido lanche, e antes de voltar para o quarto, seus braços fortes me prenderam contra o balcão da cozinha.

O susto foi tão grande que quase dei uma joelhada em um local que sabia que iria doer, ele gargalhou me puxando para seu peito forte e musculoso sem camisa, e só Deus sabe como me esforcei para me afastar.

Meu ciúme a cada dia ficava mais incontrolável.

Sei que Christopher percebeu isso, pois o último episódio foi dentro da sua sala quando uma empresária deu em cima dele descaradamente, minha atitude adulta foi puxar uma cadeira e me sentar ao seu lado de pernas cruzadas, sabendo o quanto meu vestido deixava minhas pernas à mostra e o quanto isso chamava a atenção de Chris, já o peguei olhando para elas inúmeras vezes.

Ele, por sua vez, não pareceu incomodado com minha presença ali, até mesmo fez questão de colocar a mão que não estava ocupada em minha coxa, dando um sinal mais do que claro para a empresária, que era um homem comprometido, pelo menos foi o que deu a entender, o que fez que durante o resto da reunião a mulher se mantivesse profissional e com suas mãos para si.

Acordei na terça da semana seguinte com uma puta cólica, depois do final de semana cheio que tivemos com almoço na casa de Victória e Benjamim no sábado e visita na casa de Daniel no domingo.

Minha vontade era ficar em casa, deitada, sem fazer nada o restante do dia que mal começara, meu remédio havia acabado, e não lembrei de comprar mais.

Com muito esforço, tomei meu banho e vesti uma calça preta colada com o cós mais alto e um sobretudo, o tempo esfriou nos últimos dias com o início do inverno, para mim era um conforto, odiava o calor.

Desci encontrando Christopher já me esperando à mesa e descobri que nada passava despercebido por ele.

- Ei, o que foi? - Perguntou com a testa franzida.

- Nada.

- Sua cara me diz que não está bem. O que tem?

- Nada demais. Só uma dorzinha.

- Mentirosa. - Cruzou os braços. - O que está sentindo?

Respirei fundo antes de dizer:

- Cólica.

- Ahhh... Fique em casa, vou mandar trazer um remédio pra você. - Disse calmo me avaliando.

- Não posso, tenho muito trabalho. - Chris arqueou uma sobrancelha com um sorriso de lado.

- Essa, com certeza, deveria ser sua última preocupação, querida.

- Tá. Não... quero ficar em casa sozinha.

- Pensando bem, é melhor ir comigo, lá consigo ficar de olho em você.

Meia hora depois a dor diminuiu ao tomar o remédio que ele comprou antes de seguirmos para empresa, mas uma hora se passou e a dor voltou triplicada.

- Está tudo bem, querida? - Anne perguntou ao ver minha careta de dor.

- Está sim, Anne, só tô com muita cólica.

- Tomou alguma coisa? - Questionou preocupada.

- Sim, faz uma hora e meia.

- Quer que chame um médico, querida?

- Não, não é necessário. - Tentei sorrir.

Peguei a pasta preta em cima da mesa e caminhei lentamente até a sala de Christopher, a cada passo sentindo o suor frio se apoderando de mim, bati de leve esperando autorização para entrar e assim que ouvi sua voz passei pela porta, não vi mais nada, tudo ficou preto.

Abri os olhos devagar incomodada com a claridade, um minuto depois, olhos azuis me encaravam preocupados.

Fiz menção de levantar, mas Chris me segurou pelos ombros deitada em seu colo.

- Nada disso, pode ficar quietinha aqui, o médico já está vindo.

- Não precisava chamar um médico. - Falei devagar encarando-o, enquanto ele colocava uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

- Me deu um baita susto desmaiando no meio da minha sala, acha mesmo que não vai ver um médico? - Arqueou uma sobrancelha para mim.

- Hmm, sim? - Chris sorriu mas balançou a cabeça de forma negativa. - Pelo visto isso não está em discussão.

- Não mesmo. - Respondeu enrolando meu cabelo no dedo.

- Mandão.

- Linda. - Falou e beijou minha testa.

Ele estava me elogiando ou me chamando?

Droga.

Por que minha mãe não podia ter me dado um nome mais... comum?

Uma batida na porta chamou nossa atenção e Anne passou por ela com o médico em seu encalço.

- Bom dia. Sra. Sr. Hale.

- Bom dia. - Falamos juntos.

O médico se aproximou até sentar na cadeira que Anne colocou perto do sofá.

- Pode relatar o que sente, Sra. Hale?
Minha bochecha aqueceu de vergonha.

- Ela está com cólica, Dr. Simon, desmaiou agora a pouco. - Christopher respondeu e acenei quando o médico me olhou.

- Seu ciclo é regular?

- É sim.

- Toma pílula?

- Ahn... não.

Ele examinou minha garganta, meu ouvido, aferiu minha pressão e depois me encarou.

- Certo. Há quanto tempo estão casados?

Franzi a testa para sua pergunta mas respondi:

- Quase três meses.

- Não seria o caso de um teste de gravidez?

- O que? - Gritei. - Não, não, Dr. não é.

Olhei para o lado vendo Anne dar uma risadinha e depois para Christopher que apenas me encarava assustado.

- Bem, muitas mulheres continuam tendo um pequeno fluxo menstrual durante uma gravidez, senhora.

- Não é o caso, Dr. Simon, minha esposa não está grávida. - Respondeu Chris sério.

- Se têm tanta certeza é porque fazem uso de preservativo em suas relações sexuais.

Merda.

- Claro. Sempre... usamos preservativos. - Christopher respondeu com o olhar fixo no meu.

Podia jurar que suas bochechas ganharam uma leve coloração avermelhada e nunca tinha visto-o ficar com vergonha.

Essa consulta não podia estar sendo mais embaraçosa.

- Não precisa ficar com vergonha, Sra. Hale, como médico é natural esse tipo de questionamento. Realmente precisava saber antes de medicá-la para cólica menstrual.

- Certo. Obrigada.

O médico saiu assim que me deu um medicamento na veia.

Christopher ficou o tempo todo comigo deitada em seu colo e quando o remédio começou a fazer efeito acabei dormindo com seus dedos alisando meu cabelo.


💕

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