Capítulo 12

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Linda

Ok. Isso me ofendeu.

Dizer que não me levaria pra cama nem se o pagassem.

Abri a boca para pedir que baixasse a bola, para dizer que ele nem era grandes coisas assim, mas ele saberia que estava mentindo.

Então fechei a boca e abri de novo para questionar:

- Enquanto estivermos casados no papel, ficaremos livre para ter outras pessoas?

- Não. - Foi sua resposta rápida. - A não ser que você tenha alguém na sua vida, e se for esse o caso não há razão para esse casamento acontecer.

- Não tenho. - Respondi. - Só perguntei porque não gostaria de ser taxada como corna, caso um dia suas mãos se cansarem de ter trabalho. - Arregalei os olhos no momento que a frase saiu da minha boca.

Merda!

O que que eu tava falando?

Baixei a cabeça envergonhada ouvindo a risada de Joshua do meu lado.

- Preocupe-se apenas em cumprir o contrato, enquanto estivermos casados não haverão outras pessoas, e quanto às minhas necessidades físicas, não são da sua conta.

- Por quanto tempo pretendem fazer isso? - Foi Joshua quem perguntou mudando o foco da conversa.

- Acredito que um ano seja suficiente. - Falei.

- Dois. - Christopher, aumentou em mais um ano nossa farsa. - Acho pouco provável que o tal Elliot recue em apenas um ano. - Recebi um olhar de Joshua que aguardava minha confirmação.

- Acho que posso fazer isso por dois anos. - Limpei o suor das mãos na calça. - Tudo que peço é que se depois de um ano ou antes disso você se apaixonar por alguém, me diga e encerraremos o contrato, não quero ficar no caminho de ninguém, o mesmo vale pra mim.

- Não vou me apaixonar. - Foi firme ao dizer as palavras e me encarou por um tempo antes de perguntar. - Mais alguma pergunta ou exigência?

- Não. É tudo. - Falei.

- Ok. Vou redigir o contrato e amanhã vocês podem assinar. - Joshua disse. - Chris, liguei para o Daniel, ele ficou surpreso ao saber que vai se casar e aceitou fazer a cerimônia na sua casa.

- Ótimo! Assim ficamos longe dos holofotes, na hora certa todos vão saber.

Tá aí uma coisa que precisei fazer mais cedo enquanto sai para ir em casa buscar meus documentos, pesquisar quem era Christopher Hale.

Acabei me lembrando do sobrenome por causa do dia do acidente, e só quando vi todas as fotos e matérias que apareceram ao jogar seu nome no google é que entendi toda sua arrogância e prepotência.

Onde estou me metendo?

O cara além de bonito, óbvio que eu nunca admitiria isso pra ele, era podre de rico, de acordo com as notícias, o jovem mais rico do país no ramo empresarial.

Me impressionou o fato dele estar fazendo esse tipo de acordo comigo enquanto podia estar se casando com uma modelo qualquer como as mulheres das fotos.

- Você se muda pra minha casa amanhã. - Me disse ficando de pé, me tirando dos pensamentos, nem havia percebido que Joshua também já estava pronto para sair.

- Tão rápido? - Questionei me levantando.

-  Quanto antes você se habituar melhor. Comece a trabalhar na segunda, essa semana resolva suas coisas no seu antigo trabalho e aproveite para se acomodar na minha casa. - Ele tinha um jeito muito mandão de falar.

- Certo. Tudo bem. - Respondi.

Pelas janelas de vidro do chão ao teto do escritório de Christopher era possível ver um céu já escuro no início da noite.

- Obrigado pela ajuda Josh! - Christopher estendeu a mão para o amigo.

- Me liga se precisar de mais alguma coisa. - Josh apertou sua mão e voltou para mim. - Posso levar os documentos pra você amanhã na casa do Chris, caso não queira vir aqui.

- Não há necessidade. - Seu amigo respondeu por mim. - Eu assino e levo pra casa quando for embora.

Casa, a casa dele agora seria onde eu iria morar, de repente, comecei a sentir um  frio na barriga.

- Ok. - Joshua estava olhando para o amigo e se voltou para mim. - Precisa de uma carona Linda? Posso te deixar em casa.

- Eu a levo. - Christopher novamente se pronunciou parado perto da porta com as mãos no bolso da calça social.

Qual o problema desse cara?

- Já vou indo então. - O loiro sorriu ao dizer.

- Obrigada Joshua. Por tudo. - Estendi minha mão para cumprimentá-lo e ele a pegou de forma gentil.

- Não tem que me agradecer e me chame de Josh por favor.

- Certo, Josh. - Testei o apelido e isso deve tê-lo agradado pois um sorriso largo e bonito se espalhou por seu rosto, eu imediatamente sorri de volta.

Christopher mal esperou o amigo sair e fechou a porta, peguei minha bolsa da poltrona em frente à sua mesa pronta para ir embora.

- Só vou desligar o notebook e já vamos. - Contornou a mesa ao dizer.

- Posso ir sozinha, tem um ponto de ônibus bem pertinho daqui, não precisa desviar sua rota. - Christopher desligou seu notebook, pegou sua carteira e chaves na mesa e veio na minha direção.

- Vou adiantar uma coisa. - Tive que levantar minha cabeça para poder olhá-lo a poucos passos de mim, sua voz era baixa e fria como o oceano dos seus olhos. - Sua relutância no dia do acidente era até justificável, mas depois do próximo sábado você será minha esposa, então é melhor começar a entender que quando eu disser que vou fazer alguma coisa, é por que vou, e não será sua teimosia que vai me impedir. - Falou lentamente.

- Não pense que casar comigo te dá o direito de me mandar. - Respondi de volta.

Esse homem mexia com meu temperamento de tal forma que era impossível ficar calada.

Ele falava e eu no mesmo instante sentia vontade de responder.

Só não entendia por que essa coragem não aparecia quando se tratava de enfrentar Elliot, perto dele eu parecia uma criança assustada, e talvez essa seja a reação que ele me causava.

Medo, era isso que sentia dele, e o medo me paralisava.

Já Christopher, eu não o temia, pelo contrário, ele me desafiava com seu olhar, pareciamos estar sempre numa dança em que a disputa revelaria o melhor dançarino.

- Isso é o que vamos ver...

💕

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