Capítulo 62

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Christopher

Linda, passou mais uma semana no hospital depois de ter acordado, e para meu alívio teria alta no dia seguinte, podendo ter o resto de sua recuperação em casa.

Por ser domingo, nossos amigos resolveram preparar um almoço surpresa para ela.

Comprei flores e diversos balões coloridos para sua saída do hospital, e ver a felicidade em seu rosto não tinha preço. Agradeceria minha prima depois, por ter me esculachado levemente antes do fatídico baile.

Linda foi recebida por meus pais, Anne, Gianne, e Gracie que havia notado ter perdido um pouco de peso desde a última vez que a vi, imaginei ser de preocupação com a amiga, esperava que fosse apenas isso.

Josh acabou convidando o capitão. Eles haviam saído para beber alguns dias atrás enquanto Linda estava no hospital, tentando de alguma forma interligar Brigitte e Elliot.

Linda estava radiante por voltar pra casa, já eu, me sentia completo agora que a tinha comigo.

Carreguei Linda para meu quarto assim que todos foram embora. De forma alguma a deixaria ficar sozinha no outro quarto, caso precisasse de algo, queria estar por perto.

Fiquei longos segundos olhando entre a cama e o sofá depois de tomar banho e me vestir para dormir.

- Você pode dormir aqui na cama.

- Tem certeza? Não quero te machucar.

- A cama é enorme, tem espaço para nós dois. - Falou com a mão no braço imobilizado.

-  Tudo bem então.

Deus, se ela soubesse todas as coisa que queria fazer com ela naquela cama.

Deitei de lado observando os hematomas que ainda eram bem visíveis.

- Precisa de alguma coisa? Está com alguma dor?

- Estou bem, já tomei todos os remédios que o médico passou. - Ela se ajeitou na cama para me olhar melhor. - Acha mesmo que Elliot está envolvido no meu sequestro? - Perguntou pensativa.

- Tenho certeza, e assim que tivermos provas, vou colocá-lo por um bom tempo na cadeia. - Sua mão boa segurou a minha em um aperto leve.

- Tinha percebido que Brigitte estava apaixonada, mas nunca imaginei que pudesse ser capaz de ir tão longe.

- Ela não era apaixonada por mim, se foi capaz de fazer o que fez, era doença, assim como Elliot é doente por você.

- Tem razão.

- Tive muito medo de perdê-la. - Me aproximei para beijar a ponta do seu nariz.

- Também tive muito medo... - Linda olhou para o teto por alguns segundos antes de continuar a dizer. - quando minha mãe morreu... rezei todos os dias para que Deus me levasse. Me afundei em dor e luto, - Vi seus olhos marejarem. - foi Gracie quem me ajudou a sair do fundo do poço. Então você me atropelou...

- Quase... - Brinquei tentando puxar seus pensamentos de volta para o agora.

- Foi naquele dia que descobri que não queria morrer, pelo contrário, queria viver, só não sabia por onde começar a buscar forças para continuar sem a única pessoa que me amava incondicionalmente. - Ela virou a cabeça me encarando intensamente. - Agradeço a Deus todos os dias por ter colocado você no meu caminho.

Porra.

Meu coração se partiu em mil pedaços ao ouvir sua confisão.

Me elevei sobre meu braço na cama, olhando no fundo da imensidão verde dos seus olhos.

- Obrigado por dividir isso comigo. E sou eu quem agradeço por ter o privilégio de tê-la em minha vida, você trouxe luz para os meus dias. - Beijei a ponta do seu nariz de novo, querendo na realidade beijar sua boca quente e macia.

Mas não posso.

Não quando estamos nessa cama.

Não posso beijá-la como quero.

Porque quando começar a beijá-la, não vou querer parar.

Recuei beijando sua cabeça.

- Não vai me beijar? - Sorri ao senti-la tão ansiosa quanto eu.

- Recupere-se primeiro, teremos muito tempo para beijos e tudo mais. - Linda arqueou uma sobrancelha em minha direção sorrindo maliciosamente. - Durma, amanhã precisarei ir a empresa, - Mudei de assunto, pensar em sexo naquele momento seria apenas tortura. - Gianne ficará aqui com você. Tudo bem?

- Gostei dela. Claro que depois de descobrir que é sua prima. - Linda sorriu.

- Quero que me perdoe por fazê-la se sentir insegura. - Levei minha mão ao seu rosto fazendo carinho.

- Eu que preciso pedir que me perdoe por ser tão imatura.

- Nós dois erramos. - Tentei tranquilizá-la, ganhando um sorriso sonolento.

Beijei sua testa e continuei fazendo carinho em seu rosto e cabelo até que minutos depois estivesse dormindo tranquilamente.

Queria abraçá-la, puxá-la para meus braços para dormir de conchinha comigo, mas fui obrigado a me afastar, indo deitar do outro lado da cama para não correr o risco de ter mais um pesadelo e chutá-la de noite.

Minha ansiedade por tê-la em meus braços podia aguardar que se recuperasse totalmente.

💕

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