Capítulo 61

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Linda

Respirei fundo agradecendo a Deus por estar viva.

Por estar rodeada de pessoas que realmente se importam comigo.

Observava cada detalhe de Christopher desde que entrou no quarto, ele parecia... tão cansado. Seu cabelo um pouco maior que de costume, olheiras ao redor dos olhos, até mesmo havia deixado uma barba crescer, contudo, só o deixou ainda mais bonito.

Ele sentiu minha falta, foi o que me disse, e eu queria dizer tantas coisas a ele, mas fomos interrompidos por nossos amigos. E agora estávamos sozinhos diante do capitão da polícia.

- Tudo bem se fizer algumas perguntas agora, Sra. Hale?

- Sim, tudo bem. - Respondi abrindo um pequeno sorriso depois de toda confusão que Gianne causou ao pobre coitado.

Christopher sentado na poltrona segurava minha mão em cima da cama enquanto ele se sentava em outra.

- O que se lembra da noite do baile?

- Bem, eu estava com Josh e Gracie, me afastei para ir ao jardim tomar ar quando vi Christopher - Olhei para meu marido. - Depois... tudo aconteceu muito rápido, em um momento estava no meio do salão e no outro as luzes se apagaram, alguém me agarrou pela cintura e cobriu minha boca, eu... desmaiei. - Senti um leve aperto na minha mão como se imaginar a cena lhe causasse mal estar.

- Esse alguém poderia ser um homem?

- Era um homem, posso até estar enganada... mas reconheceria o perfume de Elliot em qualquer lugar. - Falei vendo a expressão de Christopher mudar.

- Eu sabia que aquele desgraçado estava por trás disso. - Esbravejou.

- Tem certeza? - Questionou o policial.

- Tenho sim. Ele... - Respirei fundo antes de expor. - vem me assediando há meses.

- Bem... então temos um problema, porque como já falei para o seu marido, não podemos fazer nada contra ele. Não sem provas. No dia do baile Elliot Grayson tinha testemunhas que o viram o tempo todo enquanto a Sra. estava desaparecida.

- Se ele estava lá, quem dirigia o carro? - Fiquei confusa. - Não vi nada, já que fiquei o tempo todo vendada e amordaçada. - Disse sentindo Christopher retesar.

- Brigitte. Brigitte dirigia e... acabou falecendo no local do acidente. - Meu marido me encarou cauteloso enquanto fiquei em choque.

Brigitte?

Ela me odiava tanto assim?

Ou... estava tão apaixonada que queria me tirar do seu caminho?

- Consegue pensar em um motivo para que ela quisesse lhe causar algum mal?
Olhei para Chris que acenou.

- Acho... acho não, ela estava apaixonada por meu marido. - encarei minhas mãos.

- A senhora, por acaso, a confrontou sobre isso enquanto trabalhava na sua casa?

- Não, mas suas atitudes eram suspeitas. - Não entrei em muitos detalhes, responderia apenas suas perguntas.

- Entendo. Nós averiguamos mas não encontramos nenhuma relação entre ela e o senhor Grayson. O celular que usou no dia foi totalmente destruído, teremos que aguardar para recuperar as informações dele, isso pode demorar um pouco.

- É possível uma ordem de restrição? - Chris perguntou.

- Me chame de Oliver, por favor, e...infelizmente, pelo sequestro não, a não ser que a Sra. decida fazer uma denúncia. - Ele me encarou, assim como Chris.

E não pensei duas vezes antes de dizer:

- Tudo bem, quero fazer a denúncia. Só fico com pena dos seus pais, gosto deles de verdade, não merecem o filho que têm. E agora que Gracie está trabalhando com Josh, fico bem mais tranquila sabendo que não poderá fazer mal a ela. - Oliver acenou concordando. - Preciso fazer isso agora?

- Fique tranquila, irei registrar sua queixa. Preocupe-se apenas em se recuperar por enquanto, Sra. Hale.

- Tô me sentindo uma velha sendo chamada de Sra. o tempo todo, - Sorri para ele. - Pode me chamar de Linda. - Não sabia se o capitão tinha conhecimento do meu nome, mas ele pareceu desconfortável. - Eu sei... soa estranho. - Sorri recebendo um sorriso de volta.

- Desculpe. - Disse sem jeito.

- Na primeira vez que minha esposa me disse seu nome, pensei que era apenas arrogante demais e queria receber um elogio. - Chris falou brincando e beijando minha mão. - Depois de um tempo você se acostuma.

- Certo, Linda. - Acenou testando meu nome, e isso o deixou com as bochechas vermelhas, mas como Chris havia dito, acostumaria.

- Obrigada, capitão.

- Oliver, me chame de Oliver. Qualquer novidade eu entro em contato.

Christopher acompanhou Oliver até a saída.

Uma enfermeira esteve no quarto, me ajudando a tomar banho, vestir o pijama e escovar os dentes e depois me deu algum medicamento que me fez dormir boa parte da tarde, não me surpreendi ao acordar vendo meu marido trabalhando na poltrona.

- Chris? Você pode ir para casa, estou bem. - Ele colocou o notebook na mesa de cabeceira do quarto sentando na cama, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

Seu olhar era intenso.

- Eu disse mais cedo que não vou a lugar algum. - Suas mãos desceram para o meu pescoço devagar, os polegares fazendo círculos suaves na minha pele.

- Obrigada, por cuidar de mim.

- Não tem que me agradecer, linda. - Sorriu.

- Senti muito sua falta.

- Também senti.

- Odiei ficar naquela casa sozinha.

- Odiei ficar longe.

- Chris? - Sussurrei. - Eu... quero que me beije. - Seu sorriso ampliou iluminando seus olhos.

Preciso que me beije.

Preciso ter certeza que está aqui comigo.

- Tenho certeza que não mais do que eu quero beijá-la. - Falou ainda fazendo carinho no meu pescoço.

- Então por que não está me beijando? - Franzi a testa e ele riu.

- Porque não quero te machucar, linda, você ainda está se recuperando.

- Bom, acho que você é quem corre um grande risco de ser machucado se não me beijar. - Encorajei.

Ele balançou a cabeça rindo, mas em seguida aproximou sua boca da minha com os olhos fixos nos meus, deslizando pela minha de leve, apenas um roçar de lábios.

Com cuidado, levantei a mão direita em seu pescoço e o trouxe para mim.

O beijo tinha gosto de carinho e saudade.

Chris se aproximou mais na cama e quando suas mãos foram para meus ombros gemi.

- Porra! Me perdoa, Linda. - Falou se afastando e levantando da cama. - Te machuquei? - Seus olhos se arregalaram.

- Não, apenas... - comecei a falar.

- Esquece, me desculpe, eu acabei me empolgando, vou me sentar aqui, e nada de beijos para a Sra. até se recuperar. - Agora eu arregalava os olhos.

- Tá falando sério? - Coloquei a mão por cima do braço com gesso.

- Muito sério. - Ele estava realmente sério ao dizer aquilo.

Merda.

Preciso me recuperar rápido.

💕

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