Capítulo 36

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Christopher

Atuação era uma palavra que não cabia no momento.

Não estava fingindo orgulho ao apresentar Linda como esposa, eu estava orgulhoso.

Não fingi me divertir, sorria muito mais tendo-a ao meu lado.

E também não estava fingindo querer protegê-la.

Contudo, não consegui essa noite.

Prova disso era a marca no pulso da mulher ao meu lado.

Nos despedimos dos meus pais e viemos embora, evitando que uma foto das cinco marcas de dedos estampassem algum jornal no dia seguinte.

Estava frustrado pra caralho olhando para a marca, mas Elliot pagaria, eu faria ele pagar.

- Ei, tudo bem. Amanhã já deve ter sumido. - Foi o que Linda disse ao me pegar olhando pela décima vez seu pulso.

- Não tudo bem, eu não deveria ter saído do seu lado.

Estendi a mão ajudando-a a descer do carro. Entramos em casa em silêncio, até ela falar:

- Não tem como ficarmos 24h juntos, Christopher. - Me aproximei devagar, segurei sua mão e girei para ver a marca.

- Vem, vamos subir, vou cuidar disso.

Guiei Linda até meu quarto, deixando-a sentada na cama para pegar o kit de primeiros socorros. Acho que era a primeira vez que ela sentava na minha cama.

Não pense nela na sua cama, idiota.

Não é hora pra isso.

Me ajoelhei na sua frente, ficando quase da sua altura, peguei de novo seu braço e passei uma pomada para dor.

Levantei a cabeça a tempo de ver seus olhos marejados.

- Desculpe... - Falou. Coloquei a mão em seu rosto, passando o polegar de leve em sua bochecha. - É que ele sempre me assustou e depois da minha mãe... eu não tinha...

- Agora você tem. - Meu polegar deslizou em seu rosto lentamente ao cortar sua fala.

- Christopher... eu... - Coloquei o indicador em sua boca interrompendo sua fala outra vez.

- Me chamar de Christopher faz parecer que não está à vontade comigo. - Disse baixinho  trocando o indicador pelo polegar e comecei a passar em seu lábio inferior.

Sua boca entreabriu deixando escapar uma longa expiração.

- Quero que me chame de Chris - Falei rouco. - Você pode fazer isso, linda? - Perguntei olhando em seus lindos olhos verdes e vi uma lágrima escorrer.

Levei uma mão ao seu pescoço e a outra para sua cintura puxando-a para mim,  colocando-a sentada no meu colo. Abracei seu corpo com uma das mãos fazendo movimentos circulares em suas costas enquanto a outra descansava na curva do seu pescoço.

Se havia ficado excitado ao vê-la na porra daquele vestido mais cedo, agora, com ela sentada no meu colo.

Porra.

Eu a queria, e não iria negar isso.

Mas ela parecia abalada por ver aquele filho da puta do Elliot, por isso apenas ficamos ali sentados no chão enquanto eu a acalmava.

Assim que as lágrimas pararam de escorrer, Linda levantou a cabeça e me encarou por longos segundos, e quando um pequeno sorriso apareceu em seus lábios não consegui resistir.

Beijei sua testa, a ponta do seu nariz, uma bochecha molhada e em seguida a outra, segurando em seu pescoço e deslizando o polegar em sua mandíbula. Beijei lentamente um pouco mais abaixo no queixo e desviei para seu pescoço.

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