Capítulo 67

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Christopher

Eu tinha uma esposa teimosa.

Muito teimosa.

E ontem ela entendeu que era só vir com aquele sorriso maravilhoso e eu carregaria água na peneira pra ela. 

Com aquele sorriso e vários beijos me convenceu a voltar a trabalhar, ou pelo menos vir para empresa. Claro que Anne adorou tê-la ao seu lado outra vez.

Já eu... nem precisava dizer.

Seu segurança pôde finalmente ter sua função de volta, proteger Linda, disso eu não abriria mão. Não com o psicopata do Elliot por aí, mesmo ele não tendo feito nenhuma outra jogada.

Mais uma vez seu silêncio me deixava inquieto.

Os funcionários estavam felizes em vê-la, realmente gostavam dela. No final, as coisas acabaram acontecendo do jeito que sempre quis, ser trata como uma igual, não por todos, mas era um começo.

Gracie ficou radiante em ter a amiga por perto. Passei a ver Linda como uma âncora para a melhor amiga, pronta em todos os momentos para evitar que Gracie afundasse em seus problemas, principalmente quando se tratava da sua família e namoro. Contudo, ainda não conseguia enxergar nela a garota que minha esposa descrevia ser.

As coisas estavam indo tão bem que me perguntei quando a tempestade ia chegar.

Levei Linda para jantar fora, basicamente nosso primeiro encontro, queria começar a fazer as coisas da maneira certa.

Durante toda semana arrumei um programa diferente para fazermos. Nenhum envolvendo sexo, pelo menos por enquanto estar com ela era o suficiente, ver seu sorriso era suficiente, e cada dia que passava essa realidade me atingia como um raio.

Há um tempo atrás, a atenção de várias mulheres me fazia sentir um homem vaidoso, agora, só uma mulher era capaz de me fazer sentir o homem mais sortudo do mundo.

Na sexta saímos para um evento no qual eu era benfeitor, algumas coisas no meu trabalho eram inevitáveis.

Mesmo com o braço em uma tipóia, Linda apareceu deslumbrante em um vestido azul. 

- Odeio esses eventos. - Falei em seu ouvido três horas depois enquanto dançávamos, ou pelo menos tentávamos, já que ela não podia colocar uma mão em meu ombro.

- Não odeia não. Você odeia ter que socializar. - Disse abrindo um sorriso para mim e beijei a ponta do seu nariz.

- Engraçadinha. - Brinquei rindo.

Como instinto meu olhar desviou para o sujeito do outro lado de onde dançávamos, sorrindo abertamente.

Filho da mãe.

Meu corpo retesou vendo aquele desgraçado.

- O que... - Linda olhou por cima do ombro na mesma direção. - Ei, tá tudo bem, estamos bem e estamos juntos.

- Eu sei, mas a presença dele me deixa irado de ódio, esse cara tinha que estar preso.

- Sim, tinha. Mas Oliver ainda não tem nada, temos que esperar.

- Teríamos provas se eu não fosse tão impulsivo quebrando seu celular quando nos casamos e consequentemente descartando todas aquelas mensagens.

- Uma hora ou outra vamos conseguir algo.

- Preciso confessar uma coisa... - Falei desviando sua atenção de Elliot. - Naquele dia, do nosso casamento, quando fui ao seu quarto, estava prestes a desistir do casamento. Minha mãe tinha me ligado minutos antes, feliz, falando sobre ganhar uma filha, me senti o pior homem do mundo, fui até lá para cancelar o acordo.

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