Capítulo 104

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Christopher

Um mês sem ver Linda.

Um mês sem a mulher da minha vida.

Um mês sem meu tudo.

Deixei o carro e entrei pela porta de vidro me dirigindo ao elevador até o andar indicado.

- Sr. Christopher? - Fui abordado assim que passei pelo corredor.

A mulher sorriu simpática para mim e eu arqueei uma sobrancelha para ela.

- Desculpe, é que me lembrei do Sr. acompanhando sua esposa.

Esposa, não ex esposa.

Essa moça devia estar trabalhando horrores se não viu todas as notícias do meu divórcio.

- Certo. - Falei pronto para continuar andando.

- Aqui. - Ela estendeu um envelope na minha direção e curioso o peguei.

- Estamos com um problema no nosso sistema.

Minha mãe mais uma vez precisou ficar de observação para fazer alguns exames. Desde o dia anterior sua pressão se alterava. Escondemos várias coisas dela, mas era esperta demais para ficar no escuro com relação a tudo que acontecia à sua volta.

Acabou descobrindo tudo e isso a levou ao hospital pela madrugada, mesmo depois que a situação na empresa foi controlada, graças a ajuda de Richard e de Ethan, que não mediram esforços para que a empresa não fosse à falência depois que revelei toda minha situação para eles.

- Pedimos desculpas - A enfermeira me trouxe de volta dos meus pensamentos. - sua esposa precisou aguardar os resultados dos seus exames impressos, geralmente entregamos uma senha para serem acessados pelo site do hospital.

- Minha esposa? - Franzi novamente a testa. - Exames? - Encarei o envelope nas minhas mãos. - Linda está aqui? Ela está doente? - Fiz várias perguntas ao mesmo tempo, tentando assimilar o que a enfermeira havia acabado de falar.

Linda estava naquele hospital?

Linda estava ali?

E doente?

O desespero e a ansiedade começaram a tomar conta de mim.

- Ah não, senhor. - A mulher abriu um imenso sorriso. - Ela não está doente. O senhor vai ser pai.

- O que? - Gritei assustando a enfermeira.

- Ai meu Deus, eu cometi uma indiscrição. Sinto muito... Devia ser uma surpresa.

Acho que todo o sangue se esvaiu do meu corpo, até recobrar a consciência e abrir o envelope.

Eu era inteligente o bastante para saber o que queria dizer um beta HCG, e o de Linda estava na estratosfera.

- Quanto tempo? - Perguntei para enfermeira que abriu um sorriso.

- Sete semanas, digo, quase dois meses, as pessoas não estão acostumadas com a contagem em semanas, sempre ficam perdidas. - Ela parou de falar e me olhou. - O Sr. está bem?

- Ela está aqui? - Perguntei com o coração a mil.

- Sim. Próxima esquerda, tem uma sala de espera no fim do corredor. Parabéns! - Em um ímpeto de felicidade a abracei agradecendo.

Meu coração batia acelerado no peito, contudo, ele poderia ter parado quando depois de um mês, vi a mulher da minha vida sentada mexendo no celular.

Sentindo minha presença, Linda levantou a cabeça.

Não sorriu, não fechou a cara, apenas fixou seus olhos verdes que eu tanto amo e estava morrendo de saudades, em mim.

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