Capítulo 8

164 9 0
                                    

ANAHÍ

Então como está indo? — Cath pergunta. Liguei para ela enquanto andava até o chalé.

— Está tudo bem, eu acho. Conheci os clientes hoje e eles foram muito gentis, bem, a maioria deles foi.

Ah, não. Alguém não é legal?

— Não comigo, pelo menos. É o irmão do meio, Alfonso. — Eu me pego lembrando dele sentado ao meu lado no bar e meu coração bate um pouco mais rápido. Ele enchia uma camisa como ninguém. Será que notou como olhei para o peito dele? Também gostei dos olhos. Eram verdes, mas tinham pontinhos dourados. E não deixei de notar que ele olhou para minhas pernas, o cuidado que teve para não ficar muito perto, o calor quando ele me deu a mão. Havia algo ali. Por que ele tinha que agir como um idiota?

Esse é o sexy? Eu vi uma foto da família.

Mordi o lábio.

— Você acha que ele é gostoso?

Sim. Você não acha?

— Acho que sim — respondi, cautelosamente, e logo completo — mas, de qualquer jeito, ele não é meu tipo.

Por que não?

— Ah, além do fato de ele ser um fazendeiro desalinhado e suado que precisa de um corte de cabelo, também é teimoso e mal-educado. — Não que eu tenha reparado tanto no cabelo, na nuca nem no suor mais cedo, durante o dia, é só que agora à noite, ele estava limpo, penteado e com um cheiro discreto de fogueira na praia. Fiquei querendo me inclinar e cheirá-lo mais de perto. Droga.

Cath riu.

Por qual motivo ele está chateado?

Enquanto caminhava, descrevi meu encontro com a família e o que eles me contaram sobre o Alfonso. Eu sei que eu prometi guardar segredo, mas Cath é minha melhor amiga e eu confio que ela não vai sair por aí contando pra ninguém, além do mais eu precisava desabafar com alguém. Quando falei a parte sobre a esposa, ela ofegou.

Oh, meu Deus, como?

— Um motorista bêbado a atropelou.

Isso é tão revoltante e triste!

— Não é? Ele ainda usa a aliança de casamento. — Eu tinha percebido isso há pouco. — Gina me disse eram muito apaixonados.

Meu Deus, isso é uma merda. Coitado. É por isso que as pessoas não devem se casar. Coisas ruins acontecem.

Eu tive que sorrir.

— Vince está insinuando que vai pedir você em casamento outra vez?

Sim. Deus, se ele realmente fizer isso, vou matá-lo.

— Não seja ridícula. Vocês estão loucamente apaixonados, estão juntos há um ano e meio e já vivem juntos há meses. Por que não casar?

Porque estamos felizes! — respondeu ela, como se isso explicasse tudo. — Por que foder com isso?

Suspirando, eu olhei ao redor. A caminhada até o bar tinha demorado tanto?

— Tudo bem. Tanto faz. Não case. Acho que estou perdida.

— Onde se perdeu?

Eu parei de andar e girei completamente, com certeza não tinha visto aquele parque na esquina antes. Nada mais assustador do que um parque infantil no escuro.

— Caminhando na cidade voltando ao meu chalé. O que houve, não sei, não dei muitas voltas.

Cath riu.

Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora