Capítulo 19

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ALFONSO

Faça de conta que nada aconteceu.

Eu sabia que era o que deveria fazer, mas a visão dela me pegou desprevenido e me peguei olhando para ela, aturdido, com a cerveja a meio caminho dos lábios.

Eu tinha propositadamente escolhido este lugar porque ela estava no The Anchor na última vez e eu queria evitá-la. Estava sentado ali pensando nela, quando, de repente, olhei para a frente e a vi através do espelho atrás do balcão – como se eu a tivesse conjurado. Olhei para trás e confirmei, ela era real.

Real, bonita e caminhando na minha direção com um sorriso surpreso.

— Olá. Acho que tivemos a mesma ideia, pelo visto.

Finja que essas pernas nunca estiveram enroladas em seu corpo.

— Ei. Como estão as coisas?

— Bem. Eu vim para jantar — ela disse, gesticulando em direção à sala de jantar — mas eles não estavam muito interessados em ocupar uma mesa com apenas uma pessoa.

Finja que essas mãos nunca estiveram em seu cabelo.

— Sim. Está bem movimentado aqui hoje.

— Há espaço para mais um no bar?

Finja que você não esteve dentro dela bem duro, segurando-a com os joelhos flexionados.

Eu me recuperei o suficiente para olhar ao redor e notei que a cadeira ao meu lado estava vazia. Porra.

Minha hesitação a perturbou.

— Vou partir amanhã e já esvaziei a geladeira do chalé, então...

— Amanhã? Eu pensei que você ficaria aqui por mais tempo. — Se ela fosse embora amanhã, eu ficaria bem. Talvez.

— Eu deveria ficar aqui mais tempo mas minha mãe ligou essa tarde e há algumas questões de família... — Ela balançou a mão. — Não importa, não vou aborrecê-lo com isso mas sim, parto amanhã. Essa é a minha última noite.

— Ah. — Uma parte de meu nervosismo evaporou e fiz um gesto para a cadeira vazia. Agora eu simplesmente teria que agir de modo casual. Leve. Sem toques. — Ninguém está sentado aqui, se você não estiver brava comigo, pode se sentar.

Rindo, ela se acomodou no assento e colocou a bolsa ao lado dos pés.

— Eu não sou louca. Você se desculpou. Podemos ser amigos.

— Amigos, hein? — Eu a olhei de lado. — Não sei se posso ser amigo de uma garota da cidade.

Ela sorriu.

— Se eu posso ser amiga de um fazendeiro-sabe-tudo e arrogante como você, você pode lidar com uma pequena e doce garota da cidade como eu.

— Doce, haha. — Eu tomei um gole longo de cerveja. Droga! Ela olhava fixamente para a minha boca o tempo inteiro.

— O que posso servir a você? — o barman se aproximou perguntando.

— Hum. — Ela corou um pouco quando percebeu o que estava fazendo. — Posso ver a carta de vinhos? E o cardápio também por favor?

Enquanto ela escolhia a bebida e o que iria comer, eu a observava discretamente. Ela usava as sandálias da noite passada, desta vez com um short rosa que fazia suas pernas parecerem ainda mais longas, e uma blusa branca. Seu cabelo estava solto e ondulado ao redor dos ombros, e tive que parar de me inclinar para sentir seu cheiro.

Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora