ALFONSO
Enquanto acelerava a caminhonete pela escuridão da estrada, voltando pra fazenda com Anahí sentada ao meu lado, mantive meus olhos na rodovia mas minha mente estava confusa. Perguntas que evitei me perguntar hoje de manhã se recusavam a ser ignoradas.
Por que era tão fácil com ela? Por que o sexo era tão gostoso? Por que estar com ela me fazia tão bem? O que Anahí Portilla, uma garota rica da cidade que nem sabia como acender uma churrasqueira e muito menos usar uma, tinha que me atraiu tanto? Quando olhava para ela, por quê sentia que precisava tê-la?
O sexo com Soph tinha sido incrível, mas não era assim. Odiava até mesmo comparar os dois porque as duas mulheres eram tão diferentes e não é que eu considerava o sexo melhor com Anahí, mas satisfazia uma necessidade diferente em mim. O sexo com Soph era apaixonado porque nos amávamos, nos entendíamos, cuidávamos um do outro. Era uma expressão física da nossa conexão emocional e da nossa história. Tínhamos passado por tantas coisas que eu queria protegê-la e amá-la mesmo durante o sexo. Eu nunca teria sequer pensado em ser áspero com ela, puxar seu cabelo, deixar hematomas em seu corpo. Manter o controle nunca foi um problema porque eu sempre senti que o tinha.
O sexo com Anahí era apaixonado também, mas de uma maneira completamente diferente – se estar com Soph era como mergulhar em um belo mar azul, estar com Anahí era como passar pelas Cataratas do Niágara em um barril. Era áspero e turbulento, cheio de pânico e desespero. A qualquer momento, poderia haver prazer ou dor, medo ou alívio, quietude ou caos. Eu tinha que lutar pelo controle, afirmar-me sobre ela, combater a sensação. Felizmente, essa dinâmica também funcionava para ela. Ela gostava que eu não a tratasse como se ela fosse delicada, frágil e quando eu emitia comandos, ela obedecia.
Amava a contradição entre a Anahí que todos os outros viam e a pessoa que ela era comigo. Eu amei cada palavra suja que ela sussurrou, cada arranhão e marca de mordida que ela deixou, cada gemido animalesco e choro.
Talvez fosse isso – talvez fosse tão bom entre nós porque podíamos ser um com o outro aquilo que não podíamos ser com mais ninguém. Ou talvez fosse a natureza de curta duração daquilo, mais ou menos como se sexo de férias fosse melhor do que o sexo da rotina de todo dia. E talvez eu tivesse sido capaz de dormir ao lado dela porque, pela primeira vez em anos, fui capaz de esquecer por um tempo, deixar ir algumas das dores. Foi tudo bem, não é? Porque era apenas temporário? Eu tomaria tudo de volta assim que ela fosse embora. Por agora, ficarei focado no presente. Nela.
Olhei para ela e a vi roendo uma unha.
— Tão séria. Você está preocupada com o que faremos da próxima vez?
Ela sorriu, olhando-me de soslaio.
— Deveria estar?
— Definitivamente.
— Chicotes e correntes?
— Hahaha. Até parece. Vou levá-la para acampar.
O sorriso desapareceu de seu rosto.
— O quê?
— Você me ouviu.
— Como... acampar onde você dorme no chão do bosque? — Ela perguntou, como se não entendesse inteiramente o conceito.
— Sim. Assustada? — me aproximei e a puxei para o meu lado.
— Sim! Há coisas assustadoras no chão! E não há banheiros! Nem serviço de quarto! Nem camas de hotel!
— Não, não há — Eu ri.
— E há animais no bosque. — Ela sussurrou, como se não quisesse alertá-los que ela estava chegando.
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Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]
RomanceAnahí é uma mulher criada plenamente nos padrões da alta-sociedade, com toda a riqueza e moldes de pessoas que se acham acima dos demais. Mas ela não é esnobe, chatinha ou mimada como muitos a rotulam. Depois de uma confusão, ela se vê precisando sa...