ALFONSO
As palavras de Anahí me cortaram profundamente. A verdade sempre dói.
Você é um covarde.
Você está poupando a si mesmo.
Você está jogando fora a chance de ser feliz.
Eu era um covarde. E um idiota. E um medroso. Eu sabia que telefonar pela segunda vez era a coisa errada a fazer, mas estava tão solitário e deprimido que não conseguia pensar direito. Eu me machuquei e queria me sentir melhor – ela era a única que podia fazer com que eu me sentisse melhor, então liguei para ela. Era a lógica de uma criança.
Eu não a culpei por ficar com raiva ou me xingar de alguns nomes. Uma parte da minha mente provavelmente esperava que ela fizesse isso, eu estava muito fodido da cabeça. E estava com raiva de mim mesmo. Que direito eu tinha de telefonar para ela, dizer aquelas coisas, machucá-la novamente? Só tinha pensado na minha dor. Mas a dela também era real. Eu podia ouvi-la em sua voz. Tinha dito a mim mesmo mil vezes nos últimos dias que minha agonia era o preço que precisava pagar por ter deixado que ela chegasse perto, mas e sobre o preço que ela estava pagando? Ficava arrasado pensando que ela estava tão arrasada quanto eu. Ela realmente pensou que terminei tudo porque não conseguia amá-la? Era exatamente o oposto!
Deitei-me na cama e cobri o rosto com as mãos. O que diabos ia fazer? Não podia viver assim, dividido entre o passado e o futuro, entre duas vidas, entre dois Alfonsos.
Era como estar em uma bifurcação na estrada, um caminho não chegava a lugar nenhum e simplesmente voltava numa espiral sem fim de solidão e mesmice. O outro que avançava, e mesmo sem ver o que havia no final dessa estrada, me oferecia a possibilidade de ser feliz novamente.
Mas o que seria necessário para eu sentir que merecia uma segunda chance?
xxx
Poucas noites depois, Gina me convidou para jantar na casa deles. Eu aceitei, grato por escapar do silêncio solitário da cabana. Brad e Olivia também estavam lá e depois do jantar fomos para o jardim da frente, onde meus irmãos ficaram no pula-pula com seus filhos.
Gina e eu nos sentamos nos balancins da varanda, bebendo uísque com gelo e observando Peter tentar dar uma cambalhota.
— Ele vai quebrar o pescoço — eu disse, rindo um pouco.
— Ai, meu Deus, nem me fale isso. — Ela olhou para mim. — É bom ouvir você rir.
Esteve um pouco para baixo essa semana.
Bebi um pouco de uísque.
— Sim.
— Provavelmente não tenho direito de perguntar, mas vou perguntar mesmo assim. Gostaria de falar sobre isso?
No pula-pula, meus irmãos saltavam, riam e tiravam fotos de seus garotos sorrindo no ar.
Eu quero isso, eu quero tanto isso.
— Eu invejo vocês — eu disse.
Pelo canto do olho eu a vi gesticular lentamente.
— Entendi.
— Eu pensei que iria morar nesta casa, um dia, que teria uma família, tudo isso. — continuei
— Não é tarde demais, você sabe?
— Você acha que não?
— De maneira nenhuma.— ela respondeu com sinceridade.
Pensei por um momento, desejando ser corajoso.
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Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]
रोमांसAnahí é uma mulher criada plenamente nos padrões da alta-sociedade, com toda a riqueza e moldes de pessoas que se acham acima dos demais. Mas ela não é esnobe, chatinha ou mimada como muitos a rotulam. Depois de uma confusão, ela se vê precisando sa...