ALFONSO
Seu corpo continuava embaixo do meu. Ela estava prendendo a respiração.
Ela engoliu em seco.
— Você quer que eu fique? Tem certeza?
— Sim. — Eu saí de dentro dela e a virei gentilmente de barriga para cima. A forma como ela olhou para mim fez o meu peito apertar. — Se você quiser ficar é claro.
— Alfonso. — Suas mãos tocaram meu rosto, seus polegares alisaram minhas faces. — É claro que eu quero.
Eu sorri, me sentindo como se um enorme peso tivesse sido tirado do meu peito.
— Isso é bom.
— Mas eu sei que as coisas são complicadas.
— São. — Não mentiria para ela. — E eu não posso fazer promessas.
— Eu não preciso de promessas — ela disse rapidamente. — Não tenho condições, não precisamos colocar rótulos, não tenho que saber como isso termina. Eu só.. gosto de estar com você.
Beijei uma de suas palmas.
— Obrigado.
Ela sorriu, deixando as mãos deslizarem por meus ombros.
— Olha, é engraçado. Essa é a primeira vez em minha vida em que estou me dando permissão para fazer o que eu quero fazer, sem me preocupar se isso se encaixa "no grande esquema" da minha vida. Sem me importar com o que as mulheres Portilla fazem.
Isso me fez rir.
— Acho que Muffe não aprovaria.
Ela riu e balançou a cabeça.
— Provavelmente não. Mas quer saber? Eu não me importo. — Seu rosto se iluminou. — Eu não me importo mesmo. Só quero ficar aqui por um tempo e me divertir.
— Eu também. — Embora para mim, o aqui não fosse um lugar físico. Era um estado de espírito que me permitia aproveitar o tempo com Anahí sem sentir que devia a alguém um pedido de desculpas. Sem sentir que estava sendo um traidor. Sem a culpa. Era um lugar que tinha alcançado enquanto corria pela chuva para casa, percebendo que poderia passar outra noite sozinho sem dormir e torturado por pensamentos ou poderia me permitir um breve intervalo da solidão.
E talvez para Anahí fosse o mesmo – uma quebra das expectativas, das regras que ditavam seu comportamento, uma chance para ela satisfazer seu lado... menos educado. Tipo sujar as mãos. Eu poderia ajudá-la com isso.
Mas eu só podia ser isso: uma pausa, um alívio temporário. Mais do que isso estava fora de questão.
— Queria saber quando a luz vai voltar. — Anahí saiu do banheiro carregando a vela que tinha acendido. Ela ainda estava nua, eu adorava isso — Acha que tem luz na cabana?
— Não faço ideia. — A perspectiva de passar a noite inteira no escuro não me animava. Eu tinha velas para acender em casa? Tentei me lembrar enquanto abotoava minha camisa.
— Ainda está chovendo? — Nós prestamos atenção por um momento, e com certeza, a tempestade não tinha parado.
— Sim. — Franzindo a testa, eu olhei ao redor à procura das minhas meias, que provavelmente ainda estavam encharcadas. Porra, odeio meias molhadas.
— Quer ficar aqui esta noite?
Eu olhei para ela e hesitei. Sexo era uma coisa mas passar a noite com outra mulher parecia demais. Deitado ao lado dela. Observando-a dormir. Acordando com ela. Mas eu queria. Apenas uma vez, certo?
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Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]
RomanceAnahí é uma mulher criada plenamente nos padrões da alta-sociedade, com toda a riqueza e moldes de pessoas que se acham acima dos demais. Mas ela não é esnobe, chatinha ou mimada como muitos a rotulam. Depois de uma confusão, ela se vê precisando sa...