ALFONSO
Que diabos eu fiz?
Você sabe o que fez. Permitiu-se baixar a guarda. Você perdeu o controle. Você fodeu com tudo.
Eu tinha fodido com tudo. Seriamente.
Fui um idiota completo com Anahí e ela não merecia isso. Mexi com uma mulher que estava, de certa forma, trabalhando para mim. E pior que isso, traí a memória de Soph.
Me sentia culpado por tudo. Precisava conversar com alguém... alguém que me conhecesse, alguém que me entendesse.
Eu não buscava perdão – nunca teria isso – era mais uma necessidade de me lembrar de quem eu era. Então, depois que terminei no celeiro fui para casa, tomei banho, peguei algumas flores silvestres que cresceram em frente à cabana e me dirigi para o cemitério.
Tínhamos enterrado Soph de acordo com o desejo da família. Ela e eu nunca tínhamos sequer conversado sobre o que queríamos em termos de enterro – quem pensa na morte quando se é jovem e recém-casado? E depois, eu tinha sido tomado por tanta tristeza e pesar, que deixei seus pais e irmã tomarem as decisões sobre tudo. De onde ela seria enterrada a com que roupa ela seria enterrada. A única coisa que pedi foi que a deixassem com suas botas preferidas.
— Ei, querida. — Eu me abaixei até a grama na frente da lápide e apoiei os braços nos joelhos. — Trouxe estas flores para você. — Deixei as flores silvestres na frente do marcador de granito cor-de-rosa, e reservei um minuto para puxar algumas ervas daninhas que haviam brotado em torno dele desde a semana passada.
Aposto que Anahí gosta de rosas de estufa, não de flores silvestres.
Deixando as ervas daninhas de lado, fiz uma careta e afastei Anahí da minha mente. Concentrei-me em imaginar Soph ali ao meu lado, em todas as coisas familiares que eu amava e sentia falta relacionadas a ela até que meu coração doeu.
— Estou passando por um momento difícil. Agosto é sempre difícil para mim você sabe.
Se eu fechasse os olhos, poderia ouvir sua voz, sempre sabendo o que ela diria.
Você está dormindo bem?
— Não muito.
E os remédios?
— Eu não estou tomando.
Ela ficaria exasperada.
Poncho. Você tem que tomar! Eles estavam ajudando! Você estava, finalmente, conseguindo dormir uma noite inteira com eles.
— Foda-se dormir.
Você veio aqui para discutir comigo? Nós já falamos sobre isso mil vezes.
— É minha culpa. Tudo é culpa minha.
Você não estava dirigindo o veículo que me atingiu.
Eu fechei os olhos e a vi caminhando pela estrada, faróis partindo na direção dela na escuridão. Senti a culpa me tomar com a força de cinco mil quilos de metal e vidro.
Você não estava dirigindo o veículo que me atingiu, Alfonso.
Eu balancei a cabeça, com lágrimas nos olhos.
— Não importa quantas vezes você diga isso. Sou o culpado.
Por que você pensa isso?
Na minha mente, outro carro passou pela escuridão, na minha direção desta vez.
— Você sabe porquê. Você é a única que sabe o porquê.
Pare com isso.
— Assim como ele fez, farei com ele.
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Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]
RomanceAnahí é uma mulher criada plenamente nos padrões da alta-sociedade, com toda a riqueza e moldes de pessoas que se acham acima dos demais. Mas ela não é esnobe, chatinha ou mimada como muitos a rotulam. Depois de uma confusão, ela se vê precisando sa...