Capítulo 13

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ALFONSO

Que diabos eu fiz?

Você sabe o que fez. Permitiu-se baixar a guarda. Você perdeu o controle. Você fodeu com tudo.

Eu tinha fodido com tudo. Seriamente.

Fui um idiota completo com Anahí e ela não merecia isso. Mexi com uma mulher que estava, de certa forma, trabalhando para mim. E pior que isso, traí a memória de Soph.

Me sentia culpado por tudo. Precisava conversar com alguém... alguém que me conhecesse, alguém que me entendesse.

Eu não buscava perdão – nunca teria isso – era mais uma necessidade de me lembrar de quem eu era. Então, depois que terminei no celeiro fui para casa, tomei banho, peguei algumas flores silvestres que cresceram em frente à cabana e me dirigi para o cemitério.

Tínhamos enterrado Soph de acordo com o desejo da família. Ela e eu nunca tínhamos sequer conversado sobre o que queríamos em termos de enterro – quem pensa na morte quando se é jovem e recém-casado? E depois, eu tinha sido tomado por tanta tristeza e pesar, que deixei seus pais e irmã tomarem as decisões sobre tudo. De onde ela seria enterrada a com que roupa ela seria enterrada. A única coisa que pedi foi que a deixassem com suas botas preferidas.

— Ei, querida. — Eu me abaixei até a grama na frente da lápide e apoiei os braços nos joelhos. — Trouxe estas flores para você. — Deixei as flores silvestres na frente do marcador de granito cor-de-rosa, e reservei um minuto para puxar algumas ervas daninhas que haviam brotado em torno dele desde a semana passada.

Aposto que Anahí gosta de rosas de estufa, não de flores silvestres.

Deixando as ervas daninhas de lado, fiz uma careta e afastei Anahí da minha mente. Concentrei-me em imaginar Soph ali ao meu lado, em todas as coisas familiares que eu amava e sentia falta relacionadas a ela até que meu coração doeu.

— Estou passando por um momento difícil. Agosto é sempre difícil para mim você sabe.

Se eu fechasse os olhos, poderia ouvir sua voz, sempre sabendo o que ela diria.

Você está dormindo bem?

— Não muito.

E os remédios?

— Eu não estou tomando.

Ela ficaria exasperada.

Poncho. Você tem que tomar! Eles estavam ajudando! Você estava, finalmente, conseguindo dormir uma noite inteira com eles.

— Foda-se dormir.

Você veio aqui para discutir comigo? Nós já falamos sobre isso mil vezes.

— É minha culpa. Tudo é culpa minha.

Você não estava dirigindo o veículo que me atingiu.

Eu fechei os olhos e a vi caminhando pela estrada, faróis partindo na direção dela na escuridão. Senti a culpa me tomar com a força de cinco mil quilos de metal e vidro.

Você não estava dirigindo o veículo que me atingiu, Alfonso.

Eu balancei a cabeça, com lágrimas nos olhos.

— Não importa quantas vezes você diga isso. Sou o culpado.

Por que você pensa isso?

Na minha mente, outro carro passou pela escuridão, na minha direção desta vez.

— Você sabe porquê. Você é a única que sabe o porquê.

Pare com isso.

— Assim como ele fez, farei com ele.

Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora