Capítulo 30

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ANAHI

Fiquei acordada a noite inteira. Mesmo depois que as lágrimas secaram. As perguntas me incomodavam. Foi minha culpa? Eu tinha pressionado demais? Eu tinha apressado as coisas? Eu tinha imaginado algo entre nós que não existia? Estava louca por estar chateada com alguém que conhecia há uma semana? Será que o sexo incrível atrapalhou meu discernimento?

Depois, foi o momento dos "talvez".

Talvez eu tivesse romantizado toda a coisa do fazendeiro sensual. Talvez estivesse apenas atraída por ele, porque era como um anti-Théo. Talvez o caso fosse apenas uma grande rebelião contra as regras das mulheres Portilla. Talvez eu chegasse em casa e percebesse que ele nunca teria se encaixado em minha vida, que eu nunca teria me encaixado na dele e deveria agradecer a Deus por ele ter terminado as coisas quando pôde.

Mas os "se" também apareceram.

E se eu vim aqui por uma razão? E se ele fosse o que faltava em minha vida? E se eu não devesse desistir dele? E se ele precisasse de mim para ajudá-lo a se curar? E se eu nunca conhecesse alguém que me fizesse sentir como ele fez? E se o destino queria que ficássemos juntos?

A angústia mental e emocional era demais. Eu desejei a familiaridade de casa, o sentimento de que pertencia a algum lugar. Às seis da manhã seguinte, fiz as malas, deixei uma mensagem para a gerente da propriedade, a chave no balcão e dirigi para casa.

Depois de duas horas, engoli o café no posto de gasolina e repassei em minha mente a rejeição dele. Foi como reviver a separação de Théo tudo de novo! Qual era o meu problema? Por que ninguém me queria? Eu era basicamente insuportável? A perspectiva de um futuro comigo era tão terrível? Eu cheirava mal?

Cheirei minhas axilas. Como parecia que meu desodorante estava funcionando, tinha que ser outra coisa, e quando cheguei em casa, estava convencida da minha inutilidade geral e repugnância.

Deixando as malas na porta, fui direto para o meu quarto, troquei o short e a blusa por pijamas e caí na cama pra dormir. Mas eu tinha tomado muito café, de modo que dormir era impossível. Fiquei ali, cada vez mais desanimada, até que finalmente desisti e telefonei para Cath.

Olá — disse ela quando atendeu. — Como está a vida na fazenda? Você já teve seus quatro orgasmos hoje?

— Nem perto disso. Eu não estou mais na fazenda. — Imaginei o sol sobre o lago, brilhando sobre os cavalos no pasto, criando sombras atrás do celeiro perfeito para um beijo. Alfonso já estaria acordado? Ele tinha dormido? Ele estava fazendo tarefas e lembrando de quando o ajudei?

O que aconteceu? Você parece péssima.

— Eu estou mesmo — Fechei os olhos. — Talvez não devesse estar, mas estou.

Quer falar sobre isso?

— Sim. Onde está a Kristen? Vocês podem almoçar comigo?

Merda, não posso. E a Kristen está olhando casas hoje à tarde. Que tal umas bebidas logo após o trabalho?

— Por volta das seis? Onde?

Bar no Marais? Você provavelmente sentiu falta de seus martinis elegantes.

— Na verdade, não — disse tristemente.

Droga, você está mesmo deprimida. Vou enviar uma mensagem para Kristen.

— Está bem. Ei, você pode me fazer um favor?

Claro!

— Você pode ligar para Gina Herrera e dizer que eu tive que voltar para casa de repente mas que entrarei em contato amanhã? Vou encaminhar o número.

Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora