Capítulo 14

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ANAHÍ

A primeira coisa que me confundiu foi que Alfonso já estava lá quando cheguei na casa de Peter e Gina na manhã seguinte.

Sentado à mesa da cozinha com uma xícara de café, parecia um pouco cansado mas robusto, bonito e muito sexy. Sua camisa envolvia os músculos de seus braços de um jeito que me deixou com a boca seca e a calcinha molhada. Só conseguia pensar naqueles braços me abraçando no dia anterior no celeiro. Nossos olhares se encontraram e imediatamente, olhamos para outro lugar.

Assustada, dei uma olhada ao redor analisando todo mundo. Seria tão óbvio que havia essa tensão entre nós?

— Bom dia, Anahí — Gina falou, mexendo uma panela de vidro gigante com algo que parecia bom devido ao cheiro delicioso que estava cima da mesa. — Espero que esteja com fome.

— Hum, sim. Isso parece estar incrível! — Meu coração estava acelerado e eu desviei da mesa para deixar minha bolsa em um canto da sala, dizendo a mim mesma para manter a calma. Era uma reunião de trabalho e eu era uma profissional. Tinha que agir como tal.

Vamos lá, Anahí. Você é boa nisso. Manter o foco sob pressão.

Algumas respirações profundas mais tarde, voltei para a mesa.

— Por que não se senta ali, Anahí? — Gina disse, indicando a cadeira em frente a Alfonso.

Ótimo.

Sentei-me na cadeira e alisei minha saia. Mexi no meu cabelo. Toquei meu colar.

Meu colar, onde a língua dele estivera menos de vinte e quatro horas atrás.

Eu arrisquei um olhar e o peguei olhando para meus dedos sobre as pérolas. Meu estômago revirou.

O quê? Frio na barriga surgindo? Não conseguiria lidar com isso agora!

Então pare de olhar para ele.

Mas não conseguia evitar. E quando olhei de novo, eu o encontrei me olhando de volta. Olhar firme. Mandíbula trancada. Musculatura do pescoço tensa. Quase como se estivesse com raiva de mim. Ele engoliu em seco. Arrumou a coluna e endireitou os ombros.

O que era aquilo? O que eu fiz pra ele?

Estupidamente meus olhos se encheram de lágrimas e eu pisquei para afastá-la furiosamente. Então algo aconteceu... seus olhos suavizaram por um segundo, seus lábios entreabriram-se mas logo voltaram a se contrair. Deus, ele era irritante! Ele queria me beijar ou me dar um soco?

Finja que ele não está aqui.

Não era fácil. Embora ele não tivesse dito nada, senti seus olhos zangados em mim continuamente. Estava tão ciente de sua presença que era como se estivesse sentada em seu colo. Mas bravamente permaneci com uma máscara de indiferença e alegria no rosto, elogiando a refeição, bebericando café com creme e conversando com Peter e Gina sobre Nova York.

Sob essa máscara, no entanto, eu estava uma pilha de nervos.

— Isso está delicioso! É rabanada? —Por favor, que meu rosto não esteja muito rosado.

— Pode passar o creme, por favor? — Ai, Deus, estou alinhada ao assunto que está rolando não estou?

— Eu amo esse restaurante! Eles têm um brunch incrível. — Veja esses antebraços. Cristo, eles são enormes.

Com o café da manhã terminado e a mesa limpa, concentrei-me em tirar minhas anotações da bolsa, preparando-me para falar. Não olhe para ele. Quem se importa se ele está te encarando como se ele não conseguisse decidir se deve arrancar suas roupas ou rasgar você em pedaços? Ele não se importa com isso de qualquer maneira. Concentre-se nas questões e estratégias. Você consegue.

Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora