Capítulo 5

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ALFONSO

— Espere um minuto. Para bem aí — meus irmãos e eu estávamos sentados na mesa da cozinha de Peter e Gina analisando as despesas, quando Pete disse algo sobre um orçamento de marketing. — Por que nós precisamos de um orçamento de marketing, afinal? — questionei.

— Bem, para começo de conversa, a consultora de relações públicas virá amanhã e eu tenho certeza de que ela espera ser paga pelo tempo que vai gastar — Brad disse.

Olhei para ambos.

— Que consultora de relações públicas?

— A que contratamos na semana passada para nos ajudar a promover o que estamos fazendo aqui — Peter respondeu. — E você pode, por favor, falar baixo? Cooper está quieto, finalmente.

— Não tenho ideia do que você está falando — eu disse, tentando falar mais baixo. Meu sobrinho de um ano, Cooper, tinha dificuldade para dormir nas noites em que Georgia estava trabalhando. Eu o adorava, então sussurrei: — Nunca concordei em contratar nenhuma consultora.

— Está certo, não concordou. — Brad estava estranhamente calmo. — Mas somos dois e você apenas um. Nós temos esse negócio em sociedade e cada um de nós tem peso igual para dizer como será feito.

— Então você nem me disse que foi em frente com isso? — Eu estava gritando de novo, mas não conseguia evitar. Eu odiava quando eles jogavam bomba em cima de mim assim.

— Ei, foi você quem saiu correndo depois que não conseguiu que as coisas fossem feitas do seu jeito — Peter disse. — Nós nos sentamos aqui e discutimos por um tempo e decidimos que valeria a pena a despesa adicional para contratar alguém que nos ajudasse a promover.

— Não podemos pagar — eu disse, cruzando os braços.

— Também não podemos nos dar ao luxo de não fazer nada — Brad retrucou. — Papai era um bom fazendeiro com ideias à frente de seu tempo, mas era um péssimo empresário, por isso herdamos uma dívida enorme quando assumimos. Então tivemos que comprar a parte da mamãe quando ela se mudou para a Flórida.

— Não sou uma idiota — disse. — Eu sei de tudo isso.

— Nós também temos família e nossas contas a pagar.

Eles tinham famílias. Eu não, e o lembrete não ajudou.

— Não é problema meu se você tem uma ex-mulher que te processou por causa da pensão alimentícia. Talvez você devesse ter pensado nisso antes de transar com ela.

— Ei — Peter me recriminou. — Não seja idiota. Estamos fazendo coisas boas aqui, Alfonso mas a agricultura orgânica não é barata. E que bem farão nossos princípios e trabalho intenso se não pudermos manter as contas pagas?

— E a concorrência está mais forte agora — Brad disse. — O mercado está ficando saturado. Precisamos fazer o que pudermos para nos destacar.

Eu me recostei na cadeira, com uma carranca. Não precisava de lembretes sobre a concorrência ou saturação do mercado, ou sobre dívida ou hipotecas – nem qualquer outra coisa na lista de razões pelas quais os agricultores são os profissionais que mais se suicidam.

Peter pôs a mão no peito.

— Ouça. Sou cozinheiro, não empresário, Poncho. Você é um ex-sargento do Exército com a agricultura em seu sangue e um compromisso de fazê-la responsavelmente mas se queremos manter este lugar vamos ter de começar a pensar nisso como um negócio também. — Sua voz se tornou mais baixa. — Eu sei que sempre foi um sonho seu e de Soph. Mas agora é mais do que um sonho, Poncho. É realidade. Para todos nós. E se você quer mantê-lo, temos que investir nele.

Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora