ALFONSO
Acordei até mesmo mais cedo do que o habitual, mas não estava surpreso.
Hoje era um grande dia.
Depois de verificar para me certificar de que Anahí ainda estava dormindo, eu escorreguei da nossa cama sem sequer beijar seu rosto como queria. Não poderia me arriscar a acordá-la.
De forma rápida e silenciosa, saí para o corredor. Quando passei pelo quarto que foi de Cooper, sorri porque estava vazio agora e Cooper estava dormindo em seu novo quarto de "menino grande" do outro lado da rua, mas esperava que ali fosse ter um berço e cadeira de balanço novamente em breve. Talvez até dentro de um ano.
Meu coração bateu com animação enquanto eu descia as escadas, lentamente, com cuidado para não bater em nenhum dos degraus que rangiam. Eu conhecia essa casa tão bem – sua familiaridade era um conforto para mim. Quando me mudei e estive pela primeira vez fora da cabana, fiquei preocupado pensando que aquela casa era muito grande para mim. Eu pensei que viver lá sozinho poderia me deixar triste, lembrando-me que não tinha minha própria família para preenchê-la.
Mas não fiquei sozinho por muito tempo.
Por alguns meses, Anahí e eu tínhamos namorado à distância, mas perto do feriado de Ação de Graças, pedi a ela que se mudasse definitivamente para cá. Ela já passava vários dias da semana aqui, tinha roupas no armário, escova de dentes no banheiro e uma mesa que ela usava como escritório em um quarto sobressalente.
Caramba, ela tinha até um cavalo no meu celeiro.
Eu adorava quando ela estava aqui e odiava quando ela ia embora. Meus dias eram sempre melhores quando dava nela um beijo de bom dia e minhas noites eram sempre melhores quando a abraçava antes de dormir.
Eu ainda lutava contra a ansiedade e pesadelos às vezes, mas Anahí lidava com tudo com muita calma. Ela era minha calma, minha rocha, meu paraíso. Ela pressionava quando precisava e me deixava respirar também. Ela me entendia. Ela me amava.
E eu a amava também.
Fechando silenciosamente a porta da cozinha ao sair, eu me lembrei quando dissemos as palavras, não muito tempo depois que começamos a namorar seriamente. Ela veio me ajudar com a mudança e depois de um longo dia de limpeza, transporte, de desembalar objetos e organizá-los, ela disse que tinha uma surpresa para mim.
Era um banho de espuma.
Eu dei risada enquanto ela me despiu e me disse para entrar na banheira. Mas o cheiro das bolhas e a sensação de sua pele molhada sob minhas palmas levou-me de volta a uma noite meses antes, quando tinha me sentido perto o suficiente para contar tudo a ela. Algo em mim deve ter sabido desde então. E enquanto ela descansava seu corpo sobre o meu, com a cabeça no meu peito, eu a abracei e senti uma esmagadora sensação de paz, calor e gratidão porque eu estava vivo, bem e ali com ela.
— Eu te amo — eu disse do nada.
Ela ficou completamente imóvel e depois levantou a cabeça. Seus olhos procuraram os meus e viram que eu estava sério.
— Alfonso — ela sussurrou.
— Essas são palavras que nunca foram fáceis para mim e provavelmente não vou dizê-las tão frequentemente quanto deveria mas quero que você saiba que te amo.
Seus olhos se encheram de lágrimas.
— Eu sei. E também te amo.
Anahí não parecia se importar que eu não dissesse muito as palavras, apesar de pensar nelas – senti-las – o tempo todo. Na verdade, ela me disse que gostava que não fosse algo que eu falasse casualmente. Significava mais quando ela ouvia, ela disse, sabendo que não eram fáceis de serem proferidas.
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Segunda Chance -Adpt AyA [ Finalizada]
RomanceAnahí é uma mulher criada plenamente nos padrões da alta-sociedade, com toda a riqueza e moldes de pessoas que se acham acima dos demais. Mas ela não é esnobe, chatinha ou mimada como muitos a rotulam. Depois de uma confusão, ela se vê precisando sa...