Tipo Sanguíneo

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Gizelly quase correu para a casa segura, deslocando Rafaella em seus braços para que ela pudesse digitar o código e destrancar a porta. Gizelly empurrou a pesada porta e subiu os degraus de dois em dois, entrando na área da cozinha e deitando Rafaella sobre a mesa. Ela suspirou profundamente, o que Gizelly interpretou como um bom sinal. Gizelly havia remendado amigos enquanto ela estava nos fuzileiros navais, eles geralmente ficavam bem atrás das linhas inimigas e obter atendimento médico era difícil. Eles faziam isso sozinhos ou esperaram e potencialmente perderam um amigo.

Gizelly juntou vários suprimentos: gaze, curativos, antisséptico, pinças, luvas e várias outras coisas e voltou para Rafaella.

– Rafaella, você pode me ouvir? – Rafaella fez um pequeno barulho. – você perdeu muito sangue, pode me dizer seu tipo de sanguíneo? – Gizelly não podia aliviar a dor enquanto sua pressão arterial estava tão baixa que ela precisava de uma transfusão de sangue. Gizelly deveria tê-la levado direto para o hospital, mas um ferimento à bala é difícil de explicar e a polícia teria sido chamada imediatamente.

Gizelly bateu o punho na mesa quando não obteve uma resposta, os olhos de Rafaella se abriram.

– Hmm?

– Tipo sanguíneo? A, B, O? Positivo? Negativo? – Gizelly olhou em seus olhos, Rafaella levou uma surra bem grande, o que poderia significar que ela teve uma concussão, outra razão pela qual ela não poderia lhe dar nenhum alívio para a dor.

– Sim, é definitivamente um desses, ou AB, pode ser isso também. – Rafaella deu de ombros. Gizelly pegou um pouco de gaze e pressionou contra o estômago.

– Você não sabe?! – Rafaella balançou a cabeça, estremecendo com o volume. – Por que diabos não? Você tem um dos trabalhos mais perigosos do mundo!

– Pare de me dar sermão. – Rafaella lamentou. Gizelly apenas bufou e manteve a pressão em seu estômago, Rafaella estremeceu ligeiramente.

– Eu não posso te dar nada para a dor, então isso vai doer. – Gizelly a advertiu.

– Este lugar não vem equipado com um mini-bar? – Rafaella arqueou a sobrancelha.

– Eu não posso te dar isso. – Gizelly balançou a cabeça. Rafaella sentou-se e jogou as pernas para fora da mesa, bloqueando o latejar doloroso.

– Tudo bem, eu mesmo vou pegar. – Rafaella disse e Gizelly a interrompeu rapidamente, segurando seus ombros e incitando-a a se deitar.

– Ok, ok, vou pegar algo para você, apenas deite-se. Gizelly suspirou e Rafaella sorriu, triunfante. Gizelly voltou com uma garrafa de uísque e Rafaella praticamente esvaziou metade antes de cair de volta na mesa. – Rafaella! Isso é como 70% – ela apenas acenou para ela.

Gizelly teve o suficiente, Rafaella era a pessoa mais teimosa que ela já conheceu, não havia sentido em tentar argumentar com ela, então começou a trabalhar. Ela cortou a camiseta de Rafaella para descobrir o ferimento da bala e pegou uma lâmpada na sala da frente, ligando-a para que pudesse finalmente examinar o ferimento. Ela podia ver a bala, não parecia muito profunda, mas estava alojada em seu abdômen.

Gizelly pegou a pinça, preparando-se para remover os estilhaços.

– Prepare-se – ela disse, Rafaella deu um pulo e sentou-se, afastando-a ligeiramente.

– Espere! Dê-me seu cinto. – Gizelly olhou para baixo e tirou o cinto, dobrando-o algumas vezes e colocando-o entre os dentes de Rafaella. Ela mordeu e agarrou os lados da mesa. Gizelly pegou a pinça de volta e começou a remover a bala.

– Vou ser rápida, prometo. – Gizelly tinha feito isso tantas vezes que ela era rápida, precisa e exata, com a mão firme como uma rocha. Ela é imbatível quando se trata de Operação.

Linha TênueOnde histórias criam vida. Descubra agora