Capitã Gizelly Bicalho

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Gizelly engoliu a aspirina para a dor de cabeça e entrou no chuveiro, baixou a temperatura e saboreou a água gelada. Seu corpo e mente foram chocados na consciência. Ela sabia que precisava agir rapidamente, não sabia quanto tempo se passara desde que Rafaella partira, não sabia onde estava ou se seu plano havia funcionado.

Não era assim que as coisas entre elas iriam terminar, Gizelly não acreditava nisso. As duas mereciam mais.

Ela desligou a água e se olhou no espelho, o pingente de Rafaella pendurado no pescoço. Foi temporário, um lembrete do que ela estava lutando.

Jack estava deitado em sua cama, esperando por ela.

– Não se preocupe, Jack. Vou trazê-la para casa, prometo.

Ela podia ver que ele não estava feliz, acariciou suas orelhas e ele abanou levemente o rabo.

O problema que Gizelly estava tendo era o quão pouco Rafaella havia realmente contado a ela sobre de onde era. Bem, esse era o ponto, Rafaella não queria ser encontrada, ela queria manter Gizelly o mais longe possível de sua vida.

Mas isso não era mais uma opção.

Rafaella era toda sobre detalhes e se Gizelly iria conseguir isso, ela precisava pensar como Rafaella.

Gizelly pegou seu caderno e repassou tudo o que sabia sobre Rafaella, qualquer pequeno detalhe que pudesse ser significativo. Ela anotou tudo e retirou as informações que acreditava serem de grande importância.

A comida favorita de Rafaella é pierogi, Gizelly fez sua pesquisa quando os preparou para o Dia do Nome, ela sabia que o prato tinha origens no Leste Europeu. A teoria de Gizelly era que deveria ser um prato extremamente comum onde Rafaella morava, já que era uma tradição que toda garota os comesse no Dia do Nome. Ela teria pensado que era um prato estranho para escolher se eles estivessem situados fora da Europa.

Mesmo que ela estivesse na Europa Oriental, ainda era uma área enorme para restringir. Pierogi é comum na Hungria, Ucrânia, Rússia, Polônia, Romênia e muito mais. Incluindo, algumas partes da América Central.

Então esse era um beco sem saída e ela seguiu em frente rapidamente. Ela percorreu sua lista, pesquisando cada fragmento de informação que tinha.

Não deu em nada.

O telefone de Gizelly tocou na mesa

Rodolffo Matthaus ligando...

Gizelly recusou.

Ela não conseguia nem calcular quanto tempo Rafaella levou para voltar do QG para a Virgínia porque ela nunca anunciou que estava voltando para casa, ela apenas apareceu no seu apartamento. Ela era tão incrivelmente inteligente e era incrivelmente irritante em momentos como este.

Rafaella disse que tinha visto ursos, lobos e alces quando estava vagabundeando pela floresta. Mas, uma rápida pesquisa no Google provou ser infrutífera, muitos países têm todos os três.

Rodolffo Matthaus ligando...

Ela estava começando a ficar extremamente frustrada. Isso apenas provou o quão boa Rafaella era em mantê-la à distância, não que ela a culpasse, mas teria sido muito bom se ela tivesse errado apenas uma vez. Rafaella não cometia erros e não entregava as coisas facilmente.

Gizelly recostou-se em sua cadeira e suspirou, Jack se aproximou e subiu na cadeira com ela. Ele não era um cachorro de colo de forma alguma, mas tente dizer isso a ele, Jack a olhou para ela com expectativa.

– Estou tentando meu melhor amigo, mas não sou tão inteligente quanto ela. Inferno, eu não ficaria surpreso se ela me tivesse microchipado ao seu lado.

Linha TênueOnde histórias criam vida. Descubra agora