Linha Tênue

Epílogo Part II

Um mês depois, Rafaella se aproximou de Gizelly e pediu sua ajuda. Ela tinha visto o quanto Gizelly estava mais feliz nas últimas semanas, quanto progresso ela tinha feito.

– Acho que estou pronta... – Ela coçou a nuca. – Para tentar a coisa da terapia.

– Incrível, estou feliz por você. – Gizelly puxou Rafaella para o colo. – Pode demorar um pouco para encontrar um terapeuta com quem você se sinta confortável e que goste, mas vou ajudá-la da melhor maneira possível.

Rafaella passou por cinco terapeutas diferentes, teve uma consulta por telefone com cada um e até decidiu que queria tentar algumas sessões, mas não deu certo.

Elas esperavam pelo último, porém, Rafaella gostou da consulta por telefone e ela não parecia nem um pouco nervosa quando estavam sentados na sala de espera. Gizelly recostou-se e pegou seu livro pronto para esperar até que ela terminasse; cinco minutos depois e Rafaella saiu da sala.

– Não. – disse ela enquanto passava por Gizelly.

Ela se levantou e limpou a garganta.

– Obrigada pelo seu tempo. – Gizelly disse, ela desajeitadamente acenou e correu atrás de Rafaella. Ela a encontrou batendo suavemente com a cabeça contra a janela do carro, Gizelly lentamente a virou e ela baixou a cabeça contra seu ombro.

– Isso não vai funcionar, vai? – Ela murmurou, derrotada.

– Vai, mas você não pode desistir. Vai levar tempo, vai ser difícil, mas vamos descobrir. – Gizelly a segurou mais perto.

Quando chegaram em casa, Rafaella silenciosamente se enrolou no sofá e apertou uma almofada contra o peito, Jack deitou ao lado dela e chafurdou com empatia. Rafaella estava desistindo, ela podia ver. Gizelly beijou sua cabeça e subiu para fazer uma ligação.

– Gizelly, já faz um tempo, como você está?

– Estou bem, como você está Arthur?

– Estou bem, o que posso fazer por você? – Ele disse.

– Bem, não é tanto você. Sua irmã é psicoterapeuta, certo?

– Giovanna? Sim, ela é especialista em traumas.

Gizelly conseguiu seu número e agradeceu a Arthur.

– Gizelly fez duas xícaras de chá e entregou uma para Rafaella.

– Então, eu tenho um amigo e a irmã dele é psicoterapeuta especializada em traumas. – Rafaella continuou a olhar para o conteúdo de sua caneca. – O nome dela é Giovanna Novis e eu realmente acho que você deveria dar uma chance a ela.

– Estou começando a pensar que talvez isso não seja para mim. Talvez eu deva descobrir isso sozinho. – Ela disse.

– Todo mundo precisa de uma ajudinha às vezes, só temos que continuar tentando. – Gizelly estendeu a mão e pegou a mão dela.

– Não quero fazer isso de novo. – Rafaella balançou a cabeça.

– Em última análise, a decisão é sua, mas tenho um bom pressentimento sobre isso. – Gizelly disse.

Rafaella olhou para ela, a mulher em quem ela confiava para tudo. Gizelly puxou sua mão e deu um sorriso suave, ela não estava fazendo isso apenas por ela, ela estava fazendo isso por elas.

– Bem, você ainda não se enganou.

Gizelly sorriu e se inclinou para beijá-la.

Giovanna passou em todos os testes vigorosos de Rafaella e Gizelly foi com ela para a primeira sessão.