Revelação Part I

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Gizelly chegou em casa e pegou Jack na casa da babá, ele estava em êxtase em vê-la como sempre. Sua energia otimista e entusiástica nunca deixava de animá-la. Mas ela voltou para casa e encontrou um apartamento vazio e isso serviu apenas como um lembrete de que ela havia fodido tudo imensamente.

GB: Me desculpe.

Ela suspirou profundamente, não tinha esperança de uma resposta, mas isso não impediu a decepção que estava no fundo de seu estômago. Ela pensou que depois que tudo acabasse, poderia descansar, mas não conseguiu. Ela não conseguia dormir até saber que Rafaella estava segura, independentemente dela a odiar ou não.

Gizelly sentou-se esperando por ela, dormindo apenas quando não conseguia mais manter os olhos abertos e não por muito tempo.

Quatro dias depois que Gizelly havia retornado, Rafaella entrou pela porta.

A cabeça de Gizelly girou, ela quase não podia acreditar em seus olhos, considerou isso uma alucinação no começo, mas então Jack derrapou até parar na frente dela, dançando em torno de seus pés e choramingando de excitação.

– Ei amigo. Eu sei, eu também senti sua falta. – Ela arrulhou.

Gizelly se levantou e correu para ela. Rafaella olhou para cima e percebeu a sua aparência, era óbvio que Gizelly não tinha dormido nada, Rafaella queria repreendê-la, mas qual seria o ponto? Ficou claro para ela agora que Gizelly não ouve nada do que ela diz.

Gizelly se inclinou para beijá-la, mas Rafaella se virou e os seus lábios encontraram sua bochecha.

– Rafa, eu sinto muito, muito...

Rafaella ergueu a mão para impedi-la.

– Eu não... não quero falar sobre isso.

Gizelly olhou para baixo com vergonha, mas assentiu. Esperava que ela fosse embora, mas Rafaella pegou sua mão e a levou escada acima, ela vasculhou a cômoda de Gizelly e lhe entregou uma calcinha e uma camiseta.

– Vá tomar um banho e se trocar. – Acenou para o banheiro.

Rafaella arrumou os travesseiros de modo que formassem uma espécie de ninho, um círculo feito de conforto fofo. Ela puxou o edredom, pronto para Gizelly rastejar para baixo, que saiu do banheiro um momento depois e subiu na cama, Rafaella enfiou os cobertores sob queixo e sentou-se na beira do colchão. Gizelly olhou para ela com olhos cansados e curiosos: Rafaella sabia que provavelmente estava enviando mensagens confusas e a menor realmente não sabia como agir.

– Acabou Gizelly, você pode descansar agora. – Rafaella passou os dedos pelos cabelos e deu um beijo em sua testa.

– Estamos bem? – Gizelly perguntou.

Rafaella fez uma pausa em suas ministrações.

– Iremos ficar. – disse ela finalmente. Gizelly aceitou a resposta, sabendo que elas tinham algumas coisas para conversar.

– Você vai ficar aqui? – Ela mudou de lado olhando para Rafaella.

– Eu cuido de tudo, você dorme um pouco. Você se sentirá melhor quando estiver totalmente descansada. Gizelly assentiu e se aconchegou nos travesseiros. – Estarei aqui quando você acordar. – Rafaella pode estar com raiva dela, mas não iria confrontá-la enquanto ela ainda era tão frágil. Isso não tornaria as coisas melhores e ela amava Gizelly, ela não iria derrubá-la; elas construíram uma à outra, fizeram uma à outra melhor. Era assim que elas funcionavam.

Gizelly tirou a mão de debaixo dos cobertores e agarrou a de Rafaella, fechou os olhos e acariciou a pele macia de sua mão até adormecer. Rafaella beijou sua testa e a deixou dormir.

Linha TênueOnde histórias criam vida. Descubra agora