Descobertas

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Att que vale por duas...


Rafaella havia saído do apartamento de Gizelly e não voltara há mais de uma semana. Ela sabia que estava errada, mas não podia encarar Gizelly e fingir que estava tudo bem quando sabia que não estava.

Ela não pode mais mentir para Gizelly.

Em vez disso, ela se escondeu, como uma covarde. Ela voltou ao QG e tentou evitar a sensação de pavor que se instalou em seu peito. Ela não ignorou Gizelly, apenas evitou falar com ela.

GB: Eu fiz algo errado?

Rafaella suspirou, ela não queria mentir para Gizelly, mas ainda não podia contar a verdade. Era algo que tinha que falar com ela pessoalmente.

RK: Claro que não, querida. Desculpa, fui afastada por algo importante. Volto em breve, prometo.

GB: Fique segura, não faça nada imprudente.

Rafaella esfregou as mãos no rosto e jogou o telefone na ponta da cama. Ela voltou à base para encontrar respostas para as centenas de perguntas que tinha, mas não conseguiu fazê-lo. Uma vez que ela olhasse, ela não poderia voltar. Ela não podia esconder isso de Gizelly, se ela descobrisse seria o fim delas, sem mencionar que ela não seria capaz de olhar nos olhos de Gizelly sem querer deixar escapar tudo.

Rafaella estava assustada. Ela já estava levando uma vida dupla, vivendo em um tempo emprestado quando se tratava de seu relacionamento com Gizelly, uma vez que a verdade viesse à tona, ela não esperava que Gizelly ficasse por muito tempo.

Rafaella agarrou o pingente em volta do pescoço, tentando segurar o último vislumbre de esperança que ela tinha. Elas se amavam, ainda não haviam dito isso em voz alta, mas Rafaella nunca havia se sentido assim antes. Elas superaram tantas adversidades, vieram de dois lugares muito diferentes, em lados completamente opostos da lei e ainda assim precisavam uma da outra.

Rafaella descobriu uma vida fora de seu mundo isolado e Gizelly finalmente encontrou alguém com quem compartilhar sua vida. Era fácil para elas superar suas diferenças, sua conexão era profunda e poderosa, construída sobre fundações rochosas para começar, mas agora estava firmemente enraizada. Era puro e real, era tudo que Rafaella não sabia que queria.

Houve uma batida suave em sua porta.

– Está aberta. – Ela rapidamente deslizou o colar de volta sob a camisa. Manu entrou em seu quarto e pulou na ponta da cama, Rafaella permitiu que o sorriso se insinuasse em seu rosto.

– Eu ouvi que você estava de volta, por que você não me disse que estava vindo? – Manu franziu a testa, lançando-lhe um olhar suave.

– Foi uma coisa tipo impulso do momento. – Rafaella deu de ombros.

– Oh, você voltou para a cerimônia de Flay também?

Rafaella não sabia que isso estava acontecendo até Deborah mencioná-lo há dois dias. Aparentemente, a indignação havia diminuído, o ódio ainda estava lá, mas não havia ameaça imediata de revolta.

– Mais alguém vai?

– Eu acho que é só você, eu e Deborah. – Manu disse. Ela se moveu para se sentar ao lado de Rafaella e descansou a cabeça em seu ombro.

– Eu não achei que você iria querer ir, depois do que ela fez com você. – Rafaella murmurou.

– Sim, bem, eu não queria que você ficasse sozinha. – Manu disse, suavemente. – Como estão as coisas com a morena estupidamente gostosa?

Linha TênueOnde histórias criam vida. Descubra agora