Uma forte chuva caiu sobre a cidade Amagaku. Os pingos fortes caiam como chicote sobre as telhas das casas, no chão terroso e as altas árvores. As pessoas procuravam se abrigar no conforto das suas casas, lojas ou nas pousadas.
Amagaku ficava na fronteira entre Kusa e Konoha, e por isso, era um local movimentado e com comércio bastante ativo. Uma cidade famosa por seus cassinos, pousadas e bordéis.
Infelizmente, a forte tempestade que rasgava o céu ainda pela manhã, obrigou seus habitantes, viajantes e comerciantes a ser esconderem.
Um par de botas sujas de lama pisou na soleira da pousada Omiya. Em seu saguão havia alguns transeuntes desavisados que fugiram para se proteger até a chuva amenizar para poder seguir caminho.
Do lado esquerdo tinha um balcão onde uma recepcionista bela sorria para três rapazes que flertavam com ela. A mulher na flor da juventude ajeitou algumas mechas castanhas atrás da orelha e corou diante do elogio que um dos homens.
Ignorando os olhares curiosos, a idosa moveu-se arrastando as botas sujas pelo chão e bateu sua bengala na madeira que já tinha visto dias melhores.
— Eu quero um quarto! Por dois dias — disse a voz enferrujada pelo tempo.
Os rapazes que careciam de banho, diante do fedor de suor impregnado em seus corpos, não deviam ter mais que 20 anos, a encarou pronto para zombar da velha, mas pararam diante do olhar mordaz dos olhos adornados de rugas do tempo.
— Cl-claro... Apenas uma cama? — perguntou a recepcionista de forma educada.
— Sim, preferência de casal. Meus velhos ossos precisam de conforto — disse a anciã.
A jovem mulher sorriu e pegou uma chave. — Quarto 101. É 900 Ienes a diária! — ela encolheu os ombros quando sua mãe mais adiante a encarou em advertência.
A idosa retirou algumas notas da bolsa bordada e feia e entregou a jovem.
— Peça para o mensageiro comprar uma sopa de ossos, arroz e pãozinho e levar ao meu quarto — ordenou antes de mover lentamente para os lances de escada que levaria a sua estadia.
Os olhos enevoados encararam rapidamente o saguão, e apesar de não demonstrar nenhuma reação, seu coração palpitou quando viu duas figuras mais adiante.
O homem de cabelos brancos ria alto de algo que uma dama de reputação duvidosa disse, enquanto um adolescente vestindo berrantes roupas laranjas olhava irritado.
A idosa seguiu até o quarto alugado, e assim que entrou, trancou a porta e escreveu um símbolo estranho na porta com um pincel que retirou dos confins da manga de seu quimono cinza feio.
Ao garantir o selo de segurança, ela encostou seu corpo contra a madeira áspera porta e escorregou até parar sentada no chão frio. O ar tornou-se rarefeito e não entrava rápido suficiente em seus pulmões, fazendo-a hiperventilar.
As mãos enrugadas desfizeram o nó da faixa do quimono, permitindo que o robe cinza abrisse, revelando uma blusa branca simples. O peito subia e descia e suas bochechas se tornavam pálidas.
A pele enrugada se desfez, tornando pálida e lisa, como botão de primavera. Os cabelos cinza mudaram para castanho-escuro, curto e com corte irregular. Os olhos castanhos comuns mostram desespero, dor e solidão.
Harumi não podia acreditar que se deparou com Naruto. A saudade gritou tão grande em seu peito, com o medo de ser descoberta, capturada e levada para Konoha. Ela jamais teria chance contra o Sannin Jiraiya.
No momento que percebeu a presença de ambos na pousada, ela queria fugir e ir para bem longe, mas isso seria anormal e chamaria atenção. A melhor aposta era manter o disfarce.
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A garota do time 7 - Livro 2
AdventureApós descobrir que é a jinchuuriki da Raposa de Nove Caudas, Harumi Nohara tomou a difícil decisão de abandonar sua família e amigos, a fim de protegê-los, transformando-se em uma Nukenin. A jovem está profundamente incerta sobre sua sobrevivência n...