Capítulo 53 - Pontas Soltas

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Harumi abriu os olhos lentamente, sentindo a suavidade do futon sob seu corpo. A luz do amanhecer filtrava-se delicadamente pelas folhas das árvores, criando um jogo de sombras no teto de bambu do pequeno quarto onde estava. Ela tentou se mover, mas uma onda de dor percorreu seu corpo.

Suas mãos tocaram as bandagens que cobriam suas costelas e braços. Com muito dificuldade, conseguiu sentar e olhar ao redor. O quarto era pequeno e simples, porém com conforto e calmaria.

Harumi percebeu que estava vestindo uma yukata branca simples, diferente das suas roupas pretas. Seus cabelos estavam soltos, caindo sobre seus ombros até a meado de suas costas. A franja estava um pouco grande e cobria os olhos, forçando-a tirá-las do caminho para o lado.

Ela encarou com suavidade a figura da raposa de pelagem branca que entrou na cabana sem importar em pedir permissão. Seus passos eram elegantes e sua postura trazia uma aura divina.

A raposa sentou próxima à cama enquanto os seus olhos gentis âmbar observavam Harumi.

A Rainha Inari possuía sete caudas fofas que balançavam o ar atrás dela. Seu pelo branco era decorado por fuuinjutsu em tinta vermelha. Ela era a invocação raposa mais antiga do Vale.

Sua presença exalava uma aura de tranquilidade, sabedoria e poder.

- Harumi, - começou a Rainha Inari com uma voz suave, mas firme. - Você deve permanecer na Floresta Kindan por um tempo. Seu chakra e seu corpo foram gravemente enfraquecidos quando você liberou Kyuubi, e os ferimentos que recebeu na batalha precisam de tempo para curar.

Harumi olhou para baixo e os dedos de sua mão direita apertaram ao redor do cabo da espada Totsuka no Tsurugi, isso lhe trouxe certo conforto. Ela tinha se perguntado por diversas vezes por que não usou a espada em Pain. Selado a alma de Nagato como fez com Madara. Isso teria resolvido os problemas.

Talvez por que havia um fio de esperança pelo fato do homem ser seu pai biológico.

Ela sabia que tinha sido tola.

Pain ou Nagato não era nada para ela.

Seu pai era Raiden, e ele a esperava em Konoha.

Antes que Harumi pudesse responder, uma figura pequena e fofa surgiu ao seu lado. Kurama em sua versão diminuta e adorável. O mais forte dos bijuu olhou para a garota com postura de superioridade tão comum desta grande besta.

- Kurama, - Harumi murmurou, um sorriso cansado surgindo em seus lábios.

Foi uma iniciativa difícil de tomar, libertar a raposa. Ela sempre imaginou que liberaria Kyuubi quando estivesse em seu leito de morte.

Quando Harumi decidiu ir enfrentar Pain, ela considerou os perigos, e jamais se perdoaria se Kurama fosse extraída, assim, decidiu liberar. Mas para impedir que está metade do chamar fluísse para Naruto, Kurama teve que refugia no reino das Raposas, Floresta Kindan.

- Finalmente decidiu acordar - disse a Kyuubi no Kitsune com uma voz que, apesar de sua aparência fofa, carregava a gravidade de uma criatura lendária. - Você exagerou dessa vez, pirralha!

Harumi sentia certo vazio, e ela sabia que nunca recuperaria este vazio, pois era a falta da raposa. Estranhamente se acostumou em tê-lo selado dentro de si. Nestes três anos, Kyuubi era seu amigo mais próximo, e por muitos momentos, era somente os dois.

Harumi acenou:

- Preciso voltar para ajudar Konoha. Eles precisam de mim!

Kurama balançou a cabeça levemente, seu olhar firme encontrando o dela. - É hora de deixar Konoha fazer a parte dela. Você deu tudo de si, agora, precisa se recuperar e confiar que eles podem cuidar das coisas.

A garota do time 7 - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora