A garota do time 7 - Livro 2

Capítulo 25 - Reminiscência

Sob os raios do sol, filtrados pelas copas das árvores, uma atmosfera mística envolvia as duas figuras que caminhavam em silêncio em direção a uma clareira isolada, no coração da floresta selvagem da ilha. Embora tudo parecesse calmo e sereno, uma energia intensa pairava no ar, carregada de expectativa.

Chinoshi Katena, conhecida como Aka, parou, fazendo com que Harumi também parasse. A tensão tomou conta da jovem. Ela sabia que quando um de seus mentores a levava para um lugar afastado, não era algo trivial. Ainda se recuperava da vez em que 'Aka' a jogou na chuva, apesar de informar a sensei que a chuva lhe causava dor.

Harumi não conseguia entender por que tantas pessoas pareciam encontrar prazer em causar-lhe dor. O olhar vazio de sua mentora ainda a perturbava, aquelas íris lilás transmitia uma aura fria e autoritária, algo que, mesmo após meses, ela não havia se acostumado a encarar.

— Para avançarmos no seu treinamento, precisamos quebrar o seu selo mental — disse Katena, com firmeza.

Harumi engoliu em seco. Havia quase dois anos que ansiava por romper esse selo que escondia suas memórias. Pesadelos recorrentes, ambientados em um laboratório, a atormentavam, mas, ao mesmo tempo, temia o que poderia encontrar e se o misterioso Orochimaru estaria ligado a seu passado.

— E como faremos isso? Já pesquisei muito, mas não encontrei nenhuma solução — desabafou Harumi, expressando sua frustração.

Aka respondeu com uma monotonia calma:

— Tudo na vida tem seu tempo, algumas coisas não podem ser apressadas. Eu acredito que antes você não estava pronta.

Essas palavras deixaram Harumi sem resposta, enquanto o nervosismo a consumia por completo.

— A fim de se tornar uma Chinoshi poderosa, você precisa conhecer sua essência, quem você é e o que deseja — enfatizou Aka.

Uma mistura de ansiedade e determinação preencheu Harumi. Ela não temia a dor física, mas sim, a verdade oculta.

Aka segurou o braço de Harumi, puxando a manga de sua blusa e revelando o selo em formato de orquídea localizado em seu pulso. Até então, Harumi pensava que o selo fosse apenas um dispositivo de armazenamento.

— O que...? — ela exclamou, surpresa.

— Você acha que Yumi que colocou este selo? Esse selo é perfeito? — explicou Aka.

— Mas pensei que fosse selo de armazenamento.

Harumi sempre pensou que o selo fosse apenas para armazenar algo. O selo mental, segundo ela, deveria estar na cabeça ou próximo dela.

— Sua rede de chakra está interconectada por todo o corpo. Cada fio de energia converge para a mente — esclareceu Aka.

A mulher infundiu seu chakra no selo, rompendo-o gradualmente. Um brilho envolveu o pulso de Aka, emanando uma energia intensa. Harumi sentiu a energia se desfazendo em seu interior e começou a gritar de dor, caindo de joelhos no chão.

Seu grito agudo ecoou pela clareira, enquanto ela segurava a cabeça, incapaz de suportar a dor lancinante que a envolvia. Seu corpo estremeceu e contorceu-se, revelando a intensidade da liberação do selo mental.

Aka permaneceu ao lado de Harumi, observando-a sem expressar reação ou emoção. À medida que a dor a dominava, Harumi perdeu a consciência, desabando no chão, e um silêncio tenso pairou no ar.

-oÕo-

Harumi se viu em um pequeno quarto desconhecido, mal iluminado, o que dificultava sua visão. No centro do quarto, havia um grande e velho berço com dois bebês de aproximadamente um ano.