"Os deuses imploram por misericórdia, vossa alteza - murmurou o homem, ajoelhado perante o rei. - Seu irmão é a própria encarnação do caos nesta terra, e os sete reinos serão testemunhas da marca deixada por aqueles que carregam o sangue dele. - Pro...
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C.A.P.Í.T.U.L.O. X
"Pecados de sangue"
Daylena acordou com o som de vozes nervosas do outro lado da porta de seu quarto, ela resmungou sobre o barulho, mas, mesmo assim, se levantou de sua cama a contragosto, arrastando-se para fora dela. Ao chegar perto da porta, ela pode ouvir a voz de seu pai nervoso, parecendo brigar com alguém.
— Como você pode ser tão tolo! — Lyonel disse baixo, mas não tão baixo quanto acreditava que estava falando, surpreendendo-se quando a porta do quarto onde estava em frente, abriu-se com facilidade e a figura de uma garota de 10 anos o encarar. Os olhos castanhos o miravam com curiosidade, variando o olhar até Harwin, parado também à frente de sua porta.
— O que aconteceu? — Daylena perguntou confusa, seu pai suspirou e abaixou-se para ficar numa altura melhor para a mesma. — Pai, Harwin, o que está acontecendo?
— Seu irmão e eu estamos indo embora. — Lyonel preferiu ser direto, vendo a confusão da mesma.
— Vamos pra onde?
— Não, você fica.
— O que está acontecendo? — A garota questionou novamente, vendo Harwin igualmente abaixar-se, tocando no ombro do pai e sinalizando para ele se levantar, ele falaria com Daylena. — Harwin?
— Vamos entrar, Day. — Harwin sorriu, afagando os cabelos bagunçados de sua irmã. — Precisamos conversar.
Ela o encarou confusa, mas acenou positivamente.
Lyonel seguiu seus filhos para dentro do quarto da garota, ele podia ver pilhas de livros pelos chãos, Daylena costumava gastar o dinheiro que ele a dava em livros, ou pergaminhos antigos, apenas para passar o tempo recolhendo conhecimento. Isso acendeu algo dentro dele, ele deveria tornar aquilo mais claro, mas deixaria Harwin falar primeiro.
Daylena sentou-se na cama, olhando diretamente para seu irmão, que se abaixou novamente, ficando ajoelhado diante da pequena garotinha. Ele ainda se lembrava quando a última esposa de seu pai lhe contou que estava grávida, que ele teria uma irmã. Ela estava tão certa que seria uma garota, e foi, porém Daylena cresceu sem a mãe por perto, devido a problemas no parto, mas ela era uma garota forte. Tão forte quanto seu próprio sobrenome sugeria, ela não reclamava ou sequer dava trabalho para o pai de ambos, seu pai, Lyonel, lhe dissera várias vezes que a única pessoa que o escutava era Daylena, a filha favorita não dita.
— Day... — Harwin começou, levemente temeroso, mas mantendo o tom firme. — Eu preciso voltar para Harrenhal, assim como nosso pai, mas você vai ficar aqui, com Larys.
— Não gosto dele. — Daylena retrucou, não era segredo para nenhum deles que Daylena simplesmente não se dava muito bem com o filho do meio dos Strongs. Lyonel nunca entendeu o aparente desgosto da filha pelo irmão, porém ele não intervém, apenas dizia a Daylena que Larys certamente também a amava, afinal era seu irmão.
