C.A.P.Í.T.U.L.O. XXII

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C.A.P.Í.T.U.L.O. XXII

"Traumas enraivecidos na alma"


Aemma não gostava de pesadelos, como qualquer pessoa relativamente sã com sua decisão de dormir, porém o destino era tendencioso sobre aquele fato, dando a jovem de cabelos pretos, mais noites entre pesadelos do que ela realmente desejava. Então ela se via ali, sabia que estava sonhando, mas não conseguia se impedir de andar pela floresta escura, os sons provindos de direções diversas atraiam a atenção da mesma, sem ter um foco fixo do local onde provinha.

Os dedos dela seguravam com firmeza o tecido do vestido que usava, ele era branco, ela não usava vestidos brancos – não era sua cor favorita –, enquanto seus passos eram calmos, porém firmes. Ela não estava usando calçados, seus pés tocavam o chão úmido daquela floresta.

"Você se arrepende?"

Uma voz aveludada a questionou, o eco de sua voz perpetuava pelo caminho que ela continuava traçando, sem hesitar em continuar a caminhar a frente.

— Não. — Sua voz parecia com sua voz, mas ela sabia que as palavras que dizia, não era o que realmente desejava dizer.

"Verdade, dragões da profecia, o sangue dele não devia ter continuado."

— Porém continuou.

"Sim, você e seus irmãos." Não houve nenhum silêncio perturbador, nenhum som retumbava, o eco havia cessado e ela havia parado de andar. "Seu pai é um homem perigoso, poderoso e intensivamente não linear, sua existência alterou o fluxo do tempo, vocês alteraram o fluxo do tempo."

— E?

"Agora vocês deverão arcar com esse peso, logo será sua vez de lutar, Aemma Targaryen."

Então tudo mudou, ela já não estava mais na floresta, estava no porto de Alevor, somente que não havia nenhuma alma viva no local para reconhecer, sem rostos, sem vida, nenhum som familiar daquela terra, nem mesmo o som das tormentas. Não mais vestia o vestido branco, agora vestia as roupas de patrulha e montaria de Darius, as roupas velhas de seu irmão que pegava para vagar por Alevor. As botas pretas cobriam seus pés e então ela os viu, com rostos queimados, outros desfigurados e alguns pareciam corpos afogados, ela os reconheceu, eles nunca saíram de sua mente.

Eram fantasmas, ou como fantasmas, uma hora estavam ali e outra hora não estavam, até estarem novamente, ao redor dela, quase vivos, porém estavam mortos. Todos eles estavam mortos.

— Você nos matou. — Um dos homens queimados repetiu, Aemma lembrava daquele rosto, ele estava no navio de piratas que atacou um navio pesqueiro de Alevor, ele fora um dos homens que assassinou os marinheiros de Alevor e estuprou e matou duas mulheres que estavam no barco.

Dark Wings | Jacaerys VelaryonOnde histórias criam vida. Descubra agora