"Os deuses imploram por misericórdia, vossa alteza - murmurou o homem, ajoelhado perante o rei. - Seu irmão é a própria encarnação do caos nesta terra, e os sete reinos serão testemunhas da marca deixada por aqueles que carregam o sangue dele. - Pro...
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C.A.P.Í.T.U.L.O. XXIV
"Dama do castelo"
Jacaerys Velaryon era consciente de muitas coisas ao seu redor, dos sussurros sobre seu sangue, sobre seu cabelo e olhos, até mesmo sobre seu dragão. Os sussurros sobre sua mãe e seu pai verdadeiro, mas, atualmente, os mais notórios eram os sussurros sobre a família de seu tio Aerys, sobre o lado dele da família.
Seu tio, que estava no campo de treinamento com Daemon e deuses, Jace não se arriscaria a chegar perto deles nem por um segundo, o embate das espadas era furioso, ele já havia visto Daemon lutar, mas com aquela ferocidade, era novo para ele. Agora conseguia entender o que seu avô Corlys quis dizer quando afirmou que só se veria Daemon Targaryen lutar pra valer, quando enfrentasse seu tio Aerys – que era igualmente destrutivo com a sua própria espada valiriana.
Encostando-se no muro, Jace suspirou e inspirou, todos iram embora amanhã, pela manhã e sabe-se lá quando retornaram a fortaleza, uma parte dele se perguntava porque seu tio a odiava tanto no passado, mas hoje ele o compreendia, Jace também não amava aquele lugar, mas deveria lidar com isso. Era o herdeiro da herdeira do trono, havia peso demais sobre seus ombros.
— Jace. — A voz calma atraiu sua atenção, ele levantou o olhar e acabou sorrindo ao ver a pessoa inclinada contra a proteção de madeira, um pouco acima da cabeça dele. Os cabelos pretos estavam soltos, como na maior parte dos dias, segundo as cartas de Baela sobre ela, os olhos pretos o miravam com gentileza e um espírito jovem brincando em seu olhar, ela era livre por natureza e ele amava aquela parte dela, ele amava tudo nela.
Era surpreendente o quanto ele havia percebido que a amava, ainda não conseguia pôr em palavras o que sentia, mas sabia que era amor. A forma como seu coração errava todas as batidas possíveis ao perceber seu olhar, como ela conseguia fazer seu mundo girar apenas quando estava ali, ele definitivamente estava ficando como Daemon e Rhaegar quando se tratava dela.
— Emma. — O apelido soou com alegria em sua voz, ela sorriu novamente.
— Ocupado?
— Assistindo seu pai e Daemon quase se matarem. — Apontou em direção aos dois adultos se digladiando mortalmente, Aemma riu acima dele, parecendo divertida em ver o tio e pai lutarem.
— Normal, pai e tio Daemon não conseguem ficar um dia sem se xingarem ou lutarem, e eles obedientemente se controlaram por quase dois dias, é demais para eles.
— Obedientemente?
— Ok, sua mãe e minha mãe os ameaçaram com dormir com os dragões. — Ela sorriu novamente ao lembrar da cena. — E meu pai tem mais medo da minha mãe com raiva, do que de qualquer outra coisa e sinceramente, tio Daemon é igual quando se trata de Nyra.
