"Os deuses imploram por misericórdia, vossa alteza - murmurou o homem, ajoelhado perante o rei. - Seu irmão é a própria encarnação do caos nesta terra, e os sete reinos serão testemunhas da marca deixada por aqueles que carregam o sangue dele. - Pro...
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C.A.P.Í.T.U.L.O. LI
"Honra e morte"
Tudo começa com uma brisa, corvos chegando, o sentimento de ira instalando-se no coração, ameaçando sucumbir ao desespero, porém não é possível de todas as formas. Ela era a rainha, não podia se dar ao direito de desmoronar, não novamente e infelizmente, Rhaenyra teve que engolir toda a dor que se alastrou por ela, enquanto lia a carta.
John Arryn era o aprendiz de Harwin, ele o treinou, o garoto assumiu o lugar de Harwin na patrulha da cidade, ele lutou por ela, assim como Harwin fez. John era leal, ele tinha sangue Targaryen e Arryn, não merecia morrer daquela forma. Num ataque tão covarde, Rhaenyra queria sangue por isso.
Não só ela, a mesma sabia disso, conseguia sentir a irá de Jeyne na carta, como sua prima afirmava que aquela guerra não acabaria sem a morte de Aegon e Aemond, ela sabia que os Arryn não esqueceriam, a honra deles era alta, John morreu honrando seu juramento e sua lealdade, sua família jamais deixaria isso ser apagado, ele seria vingado.
— Harwin... seu aprendiz também foi tirado de nós. — Rhaenyra disse baixo para si mesma.
Então havia outra morte, Cregan Stark, o lorde do norte havia caído e Adeline agora ocupava o posto como "lorde do norte".
Pobre garota. — Rhaenyra pensou, lembrando-se do pai da mesma, da família paterna dela, a deixando como última de seu nome. Adeline Stark era a última Stark viva e a única que poderia passar o sobrenome à frente, pela tradição do norte, se ela caísse, o norte precisaria recorrer a linhagem de sua tia, Elizabeth Stark.
Talvez fosse isso que os verdes desejavam, desestabilizar o maior exército do norte, seria inegavelmente uma facada certeira no seu lado da guerra, ela não poderia deixar isso acontecer, o tabuleiro estava penando demais para o lado de Aegon, eles precisavam tomar vantagem, predominar as linhas daquela guerra.
Suspirando, Rhaenyra jogou a carta ao fogo e a observou queimar, suas mãos alinharam o vestido e ela ergueu o olhar, no exatamente momento em que Erryk Cargyl entrou na sala do trono, o capa branca andava firme em direção a rainha, parando diante a mesma – ela suspeitava que não eram boas notícias.
E ela odiou estar certa naquele momento.
— Majestade, recebemos o relatório de avistamento dos dragões dos príncipes Aemond e Aegon Targaryen, rondando perto dos limites. — Rhaenyra encarou o homem, ela sabia qual escolha tomar naquele momento.
Aemma podia lutar com Vhagar, certamente, ela podia, porém com Aegon na luta, seriam dois contra um. Isso havia tirado a vida de John e Canibal, ela não queria pensar no que poderia acontecer com Aemma, Vermithor e seu neto. Ela poderia lutar, sabia disso, mas Syrax havia se tornado mimada demais para uma batalha, Aerys a lembrou gentilmente, quando pensou em se juntar ao campo de batalha.
