"Os deuses imploram por misericórdia, vossa alteza - murmurou o homem, ajoelhado perante o rei. - Seu irmão é a própria encarnação do caos nesta terra, e os sete reinos serão testemunhas da marca deixada por aqueles que carregam o sangue dele. - Pro...
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C.A.P.Í.T.U.L.O XLI
"Sangue de lobo"
Sangue corria espesso, fervendo e ardendo em suas veias, queimando cada parte de si, os cortes estavam fechados, não mais sangravam, mas ainda sim, queimava, como brasa fervente, tudo nela parecia sucumbir a uma imensidão sem patamar. Caminhar era tortuoso, mas necessário, diante do mar, tudo parecia tão pequeno, ela viu as tormentas agitando as ondas, via barcos de guerra içando velas, tudo havia mudado.
Ela era a filha de sua mãe, a mãe que estava morta, suas cinzas queimadas pelo fogo de Vermithor, não havia mais nada, ela não estava mais ali, ainda sim seu sangue corria espesso. Ela era a filha de uma loba, a loba que tomou aquelas ilhas e as lideravas, que domou seu próprio dragão e criou seus pequenos dragões entre doces e gentis toques.
A loba era sua mãe, a loba era tudo e agora esse tudo, parecia tender para peças caindo, como um efeito cascata aos seus olhos.
— Mãe. — As palavras deixaram seus lábios com saudade e dor, rosto pálido pelo tempo longe do sol, marcava o caminho das lágrimas já deixadas para trás. — Eu vou ficar bem, eventualmente, acredito, mas você nunca será esquecida, mãe... tudo que sou, quem eu sou, eu devo a você, ao pai, a está casa.
— Protegerei Alevor, protegerei Westeros, protegerei este povo que tanto você lutou para proteger. — Abaixando-se, Aemma tocou a areia molhada. — Nesta terra que eu nasci, o sangue desta casa corre em minhas veias, é minha história, é quem sou, você me ensinou a lutar, porque a tormenta é o que somos, não podemos escolher impedir uma tormenta de chegar, ela cairá para todos, de todas as formas, mas podemos lutar junto a ela, guiar-se pela natureza destrutiva dela.
— E por isso, eu prometo, eu vou continuar. — A areia deixou suas mãos, ela virou-se para o dragão que estava descansando sobre a areia, mas ela sabia que ele a estava cuidando. Seus irmãos lhe garantiram de informar que Vermithor ficará nas redondezas, nunca longe demais de onde ela estava, chegando a sobrevoar a fortaleza algumas vezes.
Assim como o homem que estava parado ao lado de uma das grandes pedras, ele segurava suas botas e uma capa para a mesma, após a chegada dele ao nascer de um novo dia, Aemma conseguira o convencer a vir com ela à praia, ao mar, onde podia-se ver as tormentas. Ele não tirava um segundo o olhar sobre a mesma, fixo como uma águia em seu alvo.
— Jace. — Ele moveu-se assim que virá a mão estendida em sua direção, passos longos e rápidos, dedos entrelaçados e um abraço avassalador. — Não posso dizer que estou bem, mas que não estou quebrada, sou filha de minha mãe. — Ela o apertou naquele abraço, o dragão que os observava apenas bufou, passando a olhar o dragão mais jovem naquela praia.
O dragão do homem que estava ao lado de sua montadora, menor e mais jovem, mas ousado e teimoso, Vermax sobrevoava e pousava em algumas pedras de minuto em minuto, apenas observando e cuidando, assim como Vermithor, observando seu montador, cuidando dele. Os dragões pressentiam o caos, o sangue que viria a se derramar sobre as águas, eles sentiam, eles sabiam.