C.A.P.Í.T.U.L.O. XXV
"Peças"
Os dedos de Alicent estavam todos marcados por sua ansiedade, seus olhos vagavam entre quaisquer rachaduras na parede, buscando acalmar sua mente. Seu pai já havia discutido consigo, sobre ter uma filha fora do casamento, sobre ter uma bastarda, ela sabia de todo o peso desses atos, ela sabia mais que ninguém, assim como sabia o peso do olhar que Rhaenyra lhe deu, como se a questionasse sobre seus ataques a legitimidade de seus filhos, quando ela tinha sua filha nortenha.
Mas havia diferenças, para Alicent, elas estavam ali, sua filha era reconhecida como bastarda, ela não era uma mentira escondida sobre o manto de uma herança que não era sua. Sua legitimação era registrada, assim como sua nomeação como herdeira do norte.
Cregan Stark e ele fizeram um bom trabalho em a proteger durante seus quinze anos.
Quinze anos, deuses, ela nunca a embalou para dormir, não a amamentou pela primeira vez, não penteou seu cabelo ou a ensinou a ser uma dama correta – ela fora criada por homens –, não lhe ensinou o caminho correto dos sete. Deuses, ela era devota de falsos deuses nortenhos.
Uma parte sua queria sair e gritar, gritar que queria sua filha para si novamente, a única criança que desejou avidamente a cada momento da gestação, mas não podia. Sua filha, sua menina, era aliada de Rhaenyra. Ela deveria estar do seu lado, ao lado de Aegon, de seu irmão mais velho, não apoiando Rhaenyra e seus bastardos não ditos, Adeline deveria estar ali.
Se estivesse, ela teria o norte, ela teria o maior exército dos sete reinos em posse para o reinado de Aegon. Talvez, se aproximasse da filha, conseguisse seu apoio, ela não negaria a mãe? Certamente, ela tinha que estar ao seu lado, era sua amada filha – mesmo com os eventos anteriores entre elas.
Suspirando, ela se ergueu de onde estava, caminhando até a sacada de seu quarto, que dava para um dos jardins, onde ela pode a ver ali, caminhando entre os arbustos, com aquele lobo que a seguia – um fera, se Alicent fosse permitida a dizer, nunca entendia como Edgar pode ter uma ao seu lado no passado e como sua filha confiava na besta branca. Os cabelos pretos estavam presos num rabo de cavalo e ela vestia roupas masculinas – uma dama nunca deveria se vestir daquela forma, ela tinha sangue Hightower, deveria se portar como uma dama –, havia uma espada em sua cintura e ela parecia estar tendo uma conversa unilateral com o lobo, gesticulando com animação.
Então ela virou o rosto e seu olhar encontrou-se com o de Alicent, a rainha sorriu para filha, buscando passar os sentimentos positivos que tinha sobre ela, mas a garota manteve uma expressão fechada – a marca ainda estava em seu rosto. Saindo do local, fugindo do ponto de vista da mesma, não permitindo que Alicent pegasse parte de seu trajeto, onde ela iria.
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Dark Wings | Jacaerys Velaryon
Fantasy"Os deuses imploram por misericórdia, vossa alteza - murmurou o homem, ajoelhado perante o rei. - Seu irmão é a própria encarnação do caos nesta terra, e os sete reinos serão testemunhas da marca deixada por aqueles que carregam o sangue dele. - Pro...