5/Inesperada.

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Ayla on▫️

Fritei dois ovos, fiz arroz, feijão e temperei uma salada.

O cheiro de ovo inundava o apartamento e quando eu desliguei o arroz e enquanto deixava ele esfriar, a campainha tocou.

-hum? Será que Daiana esqueceu a senha? - dei risada indo para a porta.

A cozinha era perto da entrada então fui rápida. Como poucas pessoas sabiam da minha nova "casa" eu abri sem problemas a porta, e maior foi minha surpresa.

Com o nome Ha-jun Sato. Aparência que faria qualquer garota querer tê-lo como Sugar Daddy. Olhos amarelos e cabelo preto caído pelos ombros. Um óculos com lentes alaranjadas. Um coreano alto, de ombros largos.

Meu pai

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Meu pai.

- a... Hum- o olhei sem saber como agir. - entra..? - murmurei dando espaço para ele passar, o que ele fez imediatamente tirando seus sapatos e colocando uma pantufa.

Sério, pra entrar na minha casa tem que usar pantufas limpas e fofas.

- olá filha- ele parecia cansado mais mesmo assim sorriu.

-olá... - eu o guiei até a cozinha mostrando uma cadeira para ele se sentar- o que faz aqui?

Fui direta. Por causa da minha surpresa eu acabei agindo sem pensar. Mas eu deveria ter perguntado isso desde que ele passou por aquela porta. A antiga não tinha aquela relação de amor e carinho com o pai, então era um pouco surpreendente ele estar ali.

- direta- ele falou surpreso. Sua voz era grossa e até mesmo um pouco arrastada.

- não me entenda mal, mas você nunca vem me visitar apenas por que está com saudades, então vamos evitar esse momento constrangedor e mostrar as cartas- falei voltando para o fogão- aliás quer comida? - sorri segurando a colher de madeira, gigante que eu usava para mexer no arroz. Ele piscou um pouco desconcertado e por um momento no lugar da filha ele viu uma mulher loira de olhos verdes.

- entendo- ele sussurrou- comida...?

- brasileira- eu sabia que minha mãe era filha de japoneses mas nasceu no Brasil e viveu lá por um período de tempo antes de voltar para suas origens.

- eu quero sim... E sobre "jogar as cartas na mesa.. " eu realmente quero me desculpar....- ele bagunçou o cabelo como um tique nervoso- Edgar tem me falado algumas coisas uns dias atrás, a garotinha que nunca saia de casa sem companhia fez uma decisão. - ele me olhou no fundo dos olhos- estou apenas orgulhoso.

As memórias da antiga Ally não vinham aos tropeços, apenas quando eu vía alguém que ela já conhecia as memórias vinham. Em pausas, e em momentos certos.

Eu vi, meu pai aparecia muitas vezes lá em casa, mas Ally sempre agia como uma criança mimada em sua visão e após um certo momento ele parou de vê-la. O que ele não sabia era que a Ally não queria que ele a visse ou descobrisse sobre os abusos. Ela tinha vergonha e medo de desapontar o pai que sempre amou.

A Fênix...(Lookism)Onde histórias criam vida. Descubra agora