– É loucura! – exclamou Jeon Namjoon. – Ele não pode prender você ao filhinho ômega maluco do nosso mais odiado inimigo.
O líder Jeon Jungkook encarou sombriamente o irmão, incapaz de formular uma resposta para a raiva crescente em seu peito. O mensageiro do rei havia partido e já cruzava a fronteira dos Jeon's. Jungkook certificou-se disso. Ele sentiu-se profundamente traído por seu rei e não queria nenhum representante real em suas terras por nem mais um segundo.
– O ômega é apenas uma criança – Namjoon disse com desprezo. – E ele é… ele é… bom, todo mundo sabe que ele não é normal. Que diabos você vai fazer com ele, Jungkook?
Jungkook ergueu a mão, pedindo silêncio, e seus dedos tremeram, denunciando a sua fúria. O cheiro forte da raiva do lúpus dominou o lugar. Ele virou-se e afastou-se do irmão; precisava de distância e solidão para digerir a magnitude do que acabara de acontecer com ele. Com o seu clã. Seu lobo estava furioso.
Seu rei não apenas escrevera um simples decreto de casamento com o intuito de frear a hostilidade entre dois clãs inimigos. Ele, efetivamente, escolhera acabar com a chance de Jeon Jungkook passar o manto da liderança para os seus herdeiros.
Sim, porque não haveria nenhum filhote para tal.
Tudo acabaria com Jungkook.
Sem filhotes para se tornarem senhores da terra, a tarefa de produzir herdeiros para que o nome dos Jeon's fosse carregado para o futuro recairia sobre um de seus irmãos: Namjoon ou Taehyung. Seu clã poderia até decidir que um deles seria uma escolha melhor para o senhorio simplesmente porque ele teria um ômega que não poderia assumir seu papel no clã e não seria capaz de gerar filhotes.
Maldição! Como podia seu rei fazer isso com ele?
Certamente, o rei entendia o futuro que estava criando para Jungkook. Ele andou de um lado para o outro na pequena antecâmara ao fim do estreito corredor que dava no grande saguão. O lugar estava escuro, as cortinas ainda cobriam as janelas. Preferiu mantê-las fechadas e acendeu a vela de uma das arandelas na parede.
O brilho pouco fez para iluminar o salão, mas ele encontrou seu caminho até a grande mesa em que seu pai havia se sentado muitas noites, arrastando sua pena sobre os registros do clã.
O velho senhor fora um alfa lúpus controlador e detalhista, que anotava cada pequena coisa de valor pertencente ao clã, mas possuía o coração do tamanho de uma montanha e era uma pessoa justa e igualitária com os seus. Certificava-se de que todos possuíssem aquilo de que precisassem. De que não lhes faltassem roupas nem comida, mesmo que isso significasse tirar de si próprio.
Não havia dia em que Jungkook não sentisse saudades do pai.
Jungkook desabou pesadamente sobre a antiga cadeira. Passou as mãos grandes sobre a madeira envelhecida, como que sentindo a essência do pai naquela sala. Casamento com um Park – não conseguia nem pensar nisso.
Havia também Namjoon com toda aquela conversa de que o ômega era louco. Jungkook nunca dera ouvido aos rumores sobre o fato de o rapaz ser diferente. Não era da sua conta.
Até agora.
Todos sabiam que havia algo de errado com o rapaz, e os Park's o mantinham escondido da vista de todos. O ômega lúpus até já tinha sido prometido para o filho dos Lee. O chefe desse clã cobiçava uma aliança com os Park's, pois, uma vez aliados, ele se tornaria uma força a ser temida. Já entre os Jeon's e os Lee's não havia nenhuma amizade, muito pelo contrário.
Os Lee compartilhavam toda a culpa pela morte do pai de Jungkook, embora ele soubesse quem fora diretamente responsável por tal infortúnio. Portanto, seu ódio era destinado aos Park's.

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GUERREIROS
Fiksi PenggemarLeia a SINOPSES desta história no primeiro capítulo do livro. Aos interessados, desejo uma boa leitura!