CAPÍTULO 37

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Passaram-se mais dois dias até a febre de Jungkook finalmente ceder. Jimin permaneceu no quarto esse tempo todo, com medo, mais do que nunca, de se aventurar no meio do clã. A essa altura, todos já deveriam estar sabendo da possibilidade de seu pai ter planejado o ataque contra Jungkook. Seria mais uma razão para que o odiassem. Não que precisassem de mais.

Jimin, finalmente, sucumbira à completa exaustão e adormecera sentado ao lado de Jungkook uma hora antes de o dia raiar. O alfa se mexeu de repente, fazendo-o acordar imediatamente. A luz suave da manhã invadia o quarto através das cortinas, que estavam parcialmente abertas. O ômega baixou os olhos e viu Jungkook de olhos abertos, com a testa suada. O guerreiro afastou as cobertas e Jimin viu seu corpo inteiro coberto de suor.

– Jungkook! Oh, alfa! – O ômega exclamou, sem saber se podia ser ouvido. Sua garganta ainda estava inchada e doía sempre que tentava falar, mesmo vários dias após o ataque.

Ele chegou mais perto, tocando Jungkook, sentindo sua pele molhada, mas o alfa não estava mais seco e quente! Seu olhar vazio pousou sobre Jimin por um longo momento, e então ele franziu as sobrancelhas.

– O que aconteceu?

– Você não se lembra? – Jimin perguntou.

Jungkook pensou profundamente. Então, uma onda de cor invadiu seu rosto e seus olhos estalaram de raiva. O alfa lúpus agarrou os ombros de Jimin, segurando firme, como se estivesse procurando ferimentos sobre ele.

– Você está bem? – Jungkook perguntou. – Ele machucou você? O que aconteceu depois que fui atingido pela flecha?

– Alfa, você não pode mexer o braço! – Jimin o repreendeu.

Jimin tocou o braço esquerdo dele e o posicionou gentilmente de volta na cama. Um lampejo de dor apareceu em seus olhos, depois Jungkook olhou com impaciência para os curativos no ombro.

– Responda-me, ômega. Você está bem?

Jimin tocou seu rosto, acariciando a firme linha de seu queixo, sentindo um alívio arrebatador.

– Estou perfeitamente bem, querido – Jimin disse. – Foi você quem nos assustou.

– Desde quando estou de cama?

– Quatro dias. É realmente um milagre que tenham sido apenas quatro dias. Você teve febre e achei que fosse durar muito mais.

Jungkook imediatamente tentou se levantar, mas o ômega plantou as duas pequenas mãos sobre seu peito e o empurrou de volta, com uma expressão repreensiva.

– Você não pode sair da cama ainda, alfa! – Jimin disse.

O guerreiro recuou e seus olhos se arregalaram diante do volume da ordem. Jimin sabia que seria alto, mas queria ter certeza de que ele entendia a gravidade da situação. Jungkook ajeitou-se nos travesseiros e depois o estudou intensamente, olhando seu corpo de cima a baixo.

– Você parece terrível, meu bem. Você mentiu para mim? Machucou-se quando eu fui atacado?

Foi simplesmente demais. Tudo o atingiu ao mesmo tempo. Alívio. Exaustão. Medo. Um alívio tão grande. Jimin se derramou em lágrimas. Pelos olhos marejados, ele viu Jungkook tentar se sentar na cama, e depois inclinou a cabeça e gritou algo.

Um momento depois, seus irmãos chegaram correndo, e então Namjoon envolveu o corpo pequeno e machucado de Jimin e o ergueu da cama. Mas o ômega não conseguia parar de chorar. Era como se os últimos restos de força que possuía tivessem se esvaído no momento em que soube que Jungkook ficaria bem.

Outro braço envolveu Jimin e ele foi guiado para o banco perto da lareira. Para seu completo choque, quando ergueu a cabeça, Chin-Sun estava lá, cuidando do fogo. Chin-Sun jogou vários pedaços lenha na lareira e os acendeu. Depois, virou-se e segurou Jimin com um olhar determinado.

GUERREIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora