CAPÍTULO 15

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Jungkook sabia que Jieun estava levando Jimin para conhecer a fortaleza, porque fora avisado por uma dúzia de pessoas do clã. Eles agiam como se Jungkook devesse trancar Jimin no quarto para que nunca saísse de lá.
Ele entendia o ódio pelos Park's, pois era um ódio que ele também compartilhava.

Mas não entendia a facilidade com que estendiam esse ódio a um ômega inocente. Não podia dizer que estava surpreso, mas, mesmo assim, não entendia. Quando mais uma pessoa apareceu para informar a Jungkook que um Park estava andando por ali como se pertencesse ao clã, a paciência de Jungkook começou a se esgotar.

– Ele pertence aqui! – O lúpus rugiu, assustando o velho com a potência de sua voz.

O líder virou-se para que todos soubessem de sua irritação.

– Já chega! O rei decretou este casamento e não há nada que possa ser feito. Parem de agir como crianças mimadas e parem de fazer um ômega inocente sofrer por algo que ele não tem conhecimento. Vocês deveriam se envergonhar de suas ações.

Namjoon olhou para Jungkook de onde estava instruindo um grupo de alfas mais jovens a usar arco e flecha. Jogando o punhado de flechas de sua mão sobre um dos garotos, ele virou-se na direção de Jungkook.

– Você não pode ignorar a reação deles – Namjoon disse, enquanto se aproximava. – Você espera que eles simplesmente aceitem e esqueçam tudo o que aconteceu no passado. Pode ter conseguido isso, mas está esperando demais deles, Jungkook.

Jungkook encarou seu irmão, com uma irritação subindo por seu pescoço, e rosnou em ameaça.

– Você ousa dizer que esqueci o passado? Ousa dizer o que eu devo esperar ou não?

Com cada palavra, sua fúria cresceu até se transformar num caldeirão fumegante. Ele deu um passo na direção de Namjoon e olhou diretamente nos olhos do irmão. A fúria do lúpus revelou seus olhos rubros e suas presas afiadas. E usando sua voz de comando disse:

– Se discorda da forma como estou lidando com a situação, então talvez devesse me desafiar pelo título de chefe do clã.

Namjoon arregalou os olhos.

– Não é isso que estou dizendo!

– Ou você é leal e me apoia ou me desafia. A escolha é sua, irmão – Jungkook disse entredentes.

– Você sabe que possui o meu apoio – Namjoon replicou quase num sussurro.

– Não, não sei. Se me apoiasse, então aceitaria minha vontade com relação à Jimin. Não iria sentar-se de braços cruzados enquanto os alfas e ômegas do clã o maltratam. O que o nosso pai pensaria, Namjoon? Você não acha que ele condenaria esse tratamento a um ômega inocente? Ele era um alfa digno e justo, nunca permitiria que um Jeon fosse descortês com Jimin, independente de qual fosse a sua família.

Namjoon teve a graça de se mostrar envergonhado.

– Sim, você está certo, Jungkook. Sinto muito. Nosso pai teria acolhido Jimin e cuspido nos olhos de qualquer um que dissesse uma única palavra malcriada para o ômega.

Ele virou-se e depois pousou a mão atrás do pescoço. Quando olhou de novo para Jungkook, havia uma clara frustração em seus olhos.

– Estou apenas com raiva. Todos nós estamos. Ninguém quer a paz com os Park's. Seria ótimo se livrássemos a terra de sua presença. O rei nos transformou em molengas, deixando-nos com as mãos atadas, e nos prendeu com uma constante lembrança de tudo aquilo que odiamos e tudo aquilo que agora não podemos fazer.

Jungkook deixou passar a irritação que lhe apertava o peito.

– Sei muito bem disso, Namjoon. Você acha que gosto dessa situação mais do que você ou do que qualquer outro membro do clã? O rei tirou de mim qualquer chance de vingança pela morte de meu pai. Isso não é algo de que eu abra mão com facilidade. Mas não consigo fazer um pobre ômega inocente sofrer quando nada disso é culpa dele. Devo ser justo porque é meu dever como chefe do clã. Como posso liderar se for injusto com os inocentes?

GUERREIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora