CAPÍTULO 34

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Após uma busca rápida na área ao redor da fortaleza, Jungkook sentiu um frio no estômago e saiu atrás de seu cavalo. Decidiu que podiam cobrir mais terreno se pedisse ajuda aos irmãos, então enviou-os para o sul, enquanto ele partiu para o norte, na direção do rio, aos fundos da fortaleza.

Ele quase não viu seu ômega quando subiu um morro cuja vista dava na fronteira com as terras dos Park's. Jimin estava agachado num campo de flores silvestres, agarrando os joelhos junto ao peito e olhando na direção das terras de sua família. Sua figura era uma visão desolada, com o olhar distante enquanto os cabelos loiros eram soprados pelo vento.

O ômega não percebeu a presença de Jungkook, que não quis assustá-lo chegando mais perto com o cavalo. Cavalgou o mais perto possível, depois desmontou, deixando o animal pastando enquanto caminhava na direção de Jimin. O ômega apoiava o queixo nos joelhos e, quando se aproximou, Jungkook pôde ver as sombras em seu rosto causadas pelas lágrimas. Ele praguejou alto, sentindo a raiva percorrer seu corpo novamente.

Por um momento ele ficou ali parado, observando-o, repentinamente sentindo-se inseguro. O que poderia dizer a Jimin? Como poderia consertar tudo aquilo que lhe acontecera? Jungkook enxergara algo em seus olhos na mesa quando Jimin percebera que nunca deveria ter recebido à tarefa de levar as pesadas toras de madeira para acender o fogo das lareiras do saguão e que os ômegas do clã estavam passando tarefas impossíveis de propósito, para ele se sentir tolo e indesejado.

Era algo que o Jungkook nunca vira antes em sua expressão. Ele vira resignação. Antes, Jimin encarava a situação a que fora forçado com uma determinação que surpreendeu Jungkook e o fez respeitá-lo ainda mais. Seria muito mais fácil que Jimin se sentisse ressentido, que tivesse cultivado o mesmo tipo de ódio que seu clã sentia por ele. Mas Jimin não fez nada disso.

Jimin tentou com muito esforço encaixar-se em seu novo clã. E, em troca, seu esforço foi jogado de volta na sua cara. Ver aquele olhar em seu rosto, um olhar que dizia que ele havia finalmente desistido e que estava derrotado, deixava Jungkook com medo, pois o líder alfa podia senti seu ômega escapando antes mesmo que o tivesse possuído por completo.

Como se sentisse sua presença, o ômega lúpus virou a cabeça e seus olhares se conectaram. Havia pesar em seus olhos. Uma profunda tristeza que causou um frio no estômago de Jungkook.

Ele se aproximou. E Jimin não esperou que ele dissesse alguma coisa. Assim que chegou perto o bastante, Jungkook ouviu sua voz suave e doída ser carregada com o vento.

– Quero ir para casa, alfa.

A primeira reação o Jungkook foi querer gritar: “NÃO!”. Precisou de toda a força de vontade para não fazer isso. Um terror agarrou sua garganta e apertou impiedosamente. Jimin não estava feliz. Até mesmo um tolo podia enxergar que o pequeno ômega se sentia miserável.

Esforçou-se para permanecer calmo quando se colocou ao seu lado. Jimin estava sentado em uma rocha plana no meio de um campo de flores. A grama era mais alta ali onde havia menos rochas para impedir o crescimento da relva. Jungkook se abaixou no chão perto do esposo, mas a atenção do pequeno ômega  lúpus estava focada ao longe. Ele olhava na direção das terras de seu pai com tanta saudade que um nó surgiu na garganta do líder Jeon.

– Sei que não é possível – Jimin disse com a voz trêmula. – Mas eu não quero mais ficar aqui.

Hesitantemente, Jungkook tentou alcançar sua mão, mas assim que os dedos rasparam sobre a palma do ômega, Jimin puxou a mão de volta para o seu colo. Ele baixou os olhos, recusando-se a olhar para Jungkook, o que efetivamente impedia que o alfa falasse com ele. Uma impaciência combinada com pânico tomou conta de guerreiro, que não conseguia lutar contra isto; não poderia nem mesmo lutar por Jimin, caso ambos não se comunicassem.

GUERREIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora