CAPÍTULO 03

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Jimin tentou manter-se calmo enquanto Yoongi o conduzia para o grande saguão, mas era difícil, pois seu coração martelava furiosamente contra o peito.
Seu pai andava de um lado para o outro, diante da lareira, e Hoseok, seu outro irmão, estava esparramado em uma cadeira na grande mesa de madeira, com a raiva queimando em seus olhos enquanto batia o pé nervosamente no chão.

Jimin concentrou-se em seus pais, querendo desesperadamente saber o que diziam. Soltou a mão de Yoongi e moveu-se para enxergar melhor.

– Dong-hae, você não pode permitir isso!

O pai de Jimin agarrou os ombros da mãe, segurando-os com força, e ela o encarou de volta, com os olhos torturados e cheios de raiva.

– É um decreto do rei, Eun; não posso contrariá-lo.

Eun afastou-se, virando-se mais para Jimin, com os olhos vermelhos e inchados, irradiando ondas de angústia na direção do filho. Então seu olhar suavizou-se e sua expressão se tornou ainda mais marcada.

Ela correu para o filho, passando um braço sobre seu ombro, apertando com força, e depois o levou para frente. Jimin podia sentir sua mãe tremendo, e esforçou-se ainda mais para manter a aparência serena enquanto se aproximavam de seu pai.

Dong-hae ergueu a mão, que tremia notadamente enquanto acariciava o rosto de Jimin com gentileza. Sem conseguir aguentar o pesar em seus olhos, Jimin virou a face em sua palma e acariciou-a de volta.

– Minha criança, meu presente mais precioso… Nosso rei se voltou contra nós.

Ele tirou a mão e a levou para a nuca, depois se virou.

Jimin encolheu as sobrancelhas, sem querer perder nada do que ele pudesse dizer.

– Você precisa suplicar a ele, Dong-hae – Eun disse, tocando o braço do marido para virá-lo de volta. – Talvez ele não saiba da condição de Jimin.

Park Dong-hae deu a volta, as sobrancelhas juntas, a escuridão de sua carranca fazendo Jimin lembrar-se de uma tormenta na primavera.

– Como não poderia? Ele esteve aqui poucos meses após o acidente de Jimin e viu que ele está… mudado. Ofereceu suas simpatias por o nosso filho nunca mais poder realizar um casamento vantajoso ou ter filhotes. E agora está enviando Jimin para o nosso pior inimigo, como uma ovelha de sacrifício, para forçar a paz entre nós?

Jimin sentiu o sangue sumir de seu rosto e torceu para que sua mãe não reparasse em sua reação diante das palavras do pai.

– Olhe, Eun, nosso filhote nem entende – Dong-hae disse, erguendo a mão e apontando para Jimin.

– Não diga uma palavra contra ele! – Eun disse com uma expressão tão feroz que Jimin soube que as palavras deviam ter saído com a mesma ferocidade. – Ele é um ômega doce e bom, e não é louco. Ele consegue costurar lindamente, possui um entendimento básico das coisas, ajuda os criados e tem sempre um sorriso para todos. Aquele monstro irá destruí-lo.

– Não estou falando mal dele – Dong-hae rugiu. E desta vez Jimin sabia que ele rugira, porque pôde sentir as vibrações, mas também porque havia certos sons – não muitos – que ele podia realmente ouvir.

Vozes com timbres graves. Nada agudo ou estridente. Nada normal ou monótono. Mas, de vez em quando, ele experimentava uma audição passageira.

– Eu o amo tanto quanto você, Eun. Você acha que eu quero dar meu filhote ômega em casamento para meu inimigo jurado de sangue?

Sua mãe deu um passo para trás e cobriu a boca com a mão. Seu pai avançou sobre ela, com o rosto vermelho de raiva.

– Eu não tenho escolha. Ir contra o rei é assinar nossa sentença de morte. Seremos marcados como foras da lei, e qualquer mercenário querendo ganhar a recompensa irá atrás de nossas cabeças.

GUERREIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora