CAPÍTULO 17

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Jeon Jungkook percebeu-se completamente inseguro enquanto subia as escadas. Até parou um pouco antes do quarto, pois não sabia o que faria com Jimin quando o encontrasse. Se Jieun estivesse certa sobre Seulgi ter derramado a cerveja de propósito, então ela teria de ser banida da fortaleza e enviada para trabalhar nos campos de grãos.

Ele estava em uma posição difícil, porque não queria demonstrar para o seu clã que tomara as dores de um Park, mas também não queria abandonar seu ômega, independente de quem fosse, para ser insultado pelos outros.

Quando finalmente alcançou o quarto, ele abriu a porta e entrou, e foi surpreendido pela visão de Jimin nu, de costas para ele. Por um momento, Jungkook ficou hipnotizado.

Seus cabelos loiros brilhavam com a pouca luz que a lareiras emitia, seu traseiro era redondo e volumoso, e sua pele imaculada e leitosa aparentava ser tentadoramente macia. Jimin era um ômega muito bem formado. Ele possuía um traseiro voluptuoso e curvilíneo, cintura estreita e quadris que balançavam graciosamente.

Então Jungkook sentiu-se imediatamente culpado por ficar ali desejando aquele corpo, o corpo de um ômega que, provavelmente, não fazia ideia de tais coisas nem as entendia. Jungkook virou-se, determinado a dar privacidade para que o ômega terminasse de se vestir, apesar de tentado a não apenas olhar, mas a esperar que Jimin se virasse para poder ter uma visão completa.

Ele ouviu a água da vasilha sendo usada e quase gemeu com a ideia de que Jimin estava terminando de se banhar ali mesmo, a poucos metros. Bastava virar-se. Seria uma visão que o agradaria muito. Olhar seu ômega se banhando. Ele podia imaginar o caminho da toalha molhada arrastando-se por aquele corpo. Jungkook poderia estar deitado na cama, aproveitando aquela visão maravilhosa, em vez de ficar ali de costas para o ômega, para não assustá-lo.

A atração era inapropriada, mas o corpo de Jungkook parecia não se importar com o que sua mente pensava. Seu corpo considerava Jimin excitante e não havia nada que Jeon pudesse fazer sobre isso. Então, Jungkook ouviu um soluço de espanto e entendeu que o esposo finalmente o vira ali parado.

Virou-se lentamente, mantendo os olhos afastados, e quando arriscou erguer os olhos, viu Jimin agarrando o lençol da cama para cobrir o corpo nu enquanto olhava para ele com os olhos arregalados. Não havia medo em seu olhar, e isso o aliviou imensamente. A última coisa de que precisava era de um ômega histérico em seu quarto.

– Queria saber como você estava – Jungkook disse.

Jimin assentiu, ainda agarrando o lençol sobre o peito.

– Talvez seja melhor eu voltar quando terminar de se vestir.

O ômega hesitou por um momento antes de assentir lentamente. Jungkook perguntou-se o que teria sido aquela hesitação e o que Jimin estaria pensando enquanto o olhava de volta, com aqueles olhos tão sérios e contemplativos.

– Certo, então – Jungkook murmurou. Ele se virou e se apressou para o saguão, fechando a porta atrás de si.

Jungkook sentiu-se um idiota do lado de fora de seu próprio quarto enquanto seu ômega se vestia lá dentro.

Jimin era dele. Pertencia a ele. Não havia parte do ômega que lhe devesse ser negada. Todavia, por mais que tentasse dizer isso a si mesmo, ou racionalizar o desejo que fervia em suas veias, Jungkook não conseguia convencer sua mente de que não era um canalha da pior espécie por pensar dessa maneira. Ele ainda estava ali em pé no corredor, torcendo para que ninguém aparecesse, quando a porta do quarto se abriu e Jimin espiou para fora.

O ômega sorriu abertamente quando o viu e fez um gesto para que entrasse. Ele estava completamente vestido agora, com uma roupa limpa e fresca com um bonito bordado. Jungkook entrou no quarto e encontrou-o sentado na beirada da cama – a sua cama –, e sorriu quando seus olhos se encontraram de novo.

GUERREIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora