GUERREIROS

CAPÍTULO 28

Jimin não se lembrava de sua mãe esfregando o chão como parte do dever de líder ômega, mas também era verdade que passava pouco tempo dentro da fortaleza e, quando entrava, ele se mantinha afastado das áreas sociais. Durante os longos meses de inverno, ele passava todo o tempo em seu quarto na frente da lareira. Yoongi e Hoseok o visitavam frequentemente, e ele gostava da companhia, mesmo quando não falavam nada ou apenas conversavam entre si, sem incluí-lo na conversa.

Chin-Sun insistira que os verdadeiros líderes davam o exemplo e, se ele quisesse a aceitação, teria de mostrar que não se importava com um pouco de sujeira nas mãos. Tudo fez sentido quando Chin-Sun explicou, mas agora, quando ele estava de joelhos no chão, coberto até os cotovelos com água e sabão, a ideia já não parecia tão correta. Mesmo assim, era teimoso demais para reclamar.

Jimin sabia que estava sendo observado e não permitiria que o vissem num momento de fraqueza. Ele esfregaria o chão até brilhar, mesmo que morresse tentando. Quando terminou todo o saguão, mal conseguiu se levantar. Suas costas protestaram quando se endireitou, e teve certeza de que soltou um gemido alto. Tirando os cabelos do rosto, ele apanhou o balde cheio de água suja e o levou até a entrada para esvaziá-lo no chão. Ao longe, viu um grupo de ômegas fêmeas brincando com as crianças, e seu queixo caiu. Seria divertido ficar lá fora num dia tão glorioso.

Jimin arrastou-se de volta para dentro e andou até o pequeno quarto ao lado da cozinha, onde guardavam os materiais de limpeza. Chin-Sun o encontrou quando ele saiu, com um sorriso de aprovação no rosto.

– Você fez um ótimo trabalho no chão, mocinho. Tenho certeza de que todas os nossos ômegas concordariam.

Mas Jimin não conseguia mostrar qualquer entusiasmo por saber que eles aprovariam seu trabalho. Pensando que adoraria um descanso e que gostaria de saber o que as ômegas e as crianças faziam lá fora, ele indicou a Chin-Sun que sairia, mas Chin-Sun fez cara feia.

– Ah, não, mocinho. Ainda tem muita coisa para fazer em vez de ficar pensando em brincar lá fora. O que os outros pensariam se o esposo do líder fosse brincar enquanto os outros ômegas trabalham? Não, não é uma boa ideia. Venha comigo, vou lhe mostrar onde lavamos a louça. Mary acabou de preparar o jantar com pão fresco e bolo de aveia. Também sobrou um pouco de ensopado de ontem, mas tenho certeza de que ela terá uma pilha de panelas esperando para ser lavada.

Os ombros de Jimin caíram ao mesmo tempo, mas a última coisa que queria era parecer estar acima de tais trabalhos. Se os ômegas Jeon's podiam trabalhar assim diariamente, então ele certamente também conseguiria.

Jimin seguiu Chin-Sun até a cozinha, onde Mary e outra ômega, que apenas olhou de relance para Jimin, sem parecer muito impressionada, trabalhavam e murmuraram um cumprimento de tal maneira que Jimin não conseguiu ler o nome em seus lábios. Sem querer admitir a falta de entendimento, ele apenas sorriu abertamente e depois observou enquanto Chin-Sun dava instruções sobre o que deveria fazer.

Mas, curiosamente, assim que Jimin começou a esfregar as grandes panelas, as outras ômegas desapareceram da cozinha. Foi uma tarefa longa e árdua que Jimin tinha certeza de não ter realizado muito bem. As panelas eram grandes e era difícil esvaziá-las da água depois de esfregar com sabão. Embora o dia estivesse fresco e uma brisa constante soprasse da janela, o suor se acumulara na testa de Jimin e em sua nuca, molhando seu cabelo.

Quando terminou, já não se importava mais com o que os ômegas Jeon's pensavam dele e saiu da cozinha em direção ao quarto, onde poderia ao menos secar o suor do corpo. Pensou em ir até o rio para nadar, mas ficou com medo de encontrar Chin-Sun ou uma das ômegas e imediatamente receber mais alguma tarefa.

Ele arrastou-se pelas escadas até o quarto, com as costas doendo e os ossos reclamando. Jimin fez uma careta quando olhou para sua roupa. Estava sujo, e o cheiro o fez franzir o nariz. Duvidava até que uma boa lavagem no rio pudesse salvar aquela roupa.