GUERREIROS

CAPÍTULO 14

Jungkook acordou com um corpo pequeno abraçando-o com força ao seu lado.

O braço de Jimin estava por cima de seu peito, e o ômega se aninhava confortavelmente sob seu ombro. Por um momento, Jungkook não respirou. Meu Deus, aquilo era constrangedor. Na noite anterior, deitara em sua cama sem fazer movimentos bruscos depois de guerrear consigo mesmo sobre se deveria ou não dormir em seu próprio quarto. Ele se posicionara na ponta da cama, deixando bastante espaço entre si e Jimin, que estava do outro lado, perto da parede.

Mas, e agora? 

O ômega atravessara a cama e agarrou-se a ele. Talvez tenha sentido frio durante a noite e procurado por calor. Jungkook rangeu os dentes ao perceber que sua ereção matinal estava mais rígida que o normal.

Um sentimento de culpa o consumiu, por mais que fosse uma reação normal do corpo de um alfa ao aproximar-se do corpo de um ômega daquela maneira. Jungkook não deveria pensar no ômega desse jeito. Certamente era pecado. 

O dilema que se apresentava era: como se livrar daquele abraço sem acordá-lo e causar ainda mais constrangimento? A última coisa que queria era que Jimin acordasse e ficasse aterrorizado.

Após ponderar a questão por mais um longo momento, Jungkook lentamente começou a mover o corpo para a ponta da cama, levantando o braço do ômega apenas o suficiente para poder se mexer. Prendeu a respiração quando o mais novo se moveu, mas então Jimin rolou para o outro lado e agarrou-se ao travesseiro do alfa. Suspirando de alívio, Jungkook levantou-se e vestiu-se apressadamente para que o ômega não acordasse enquanto ele ainda estava lá.

Quando estava quase saindo, Jeon se virou repentinamente, olhando para a lareira apagada. Jimin se aproximara dele durante a noite provavelmente porque estava com frio. Havia um distinto ar gelado da manhã, e o ômega lúpus acordaria batendo os dentes. Jungkook atravessou o quarto, tirando do caminho um dos baús e tomando cuidado para não derrubar as coisas do outro que cobriam a poltrona e um dos bancos.

Juntando lenha da pilha ao lado da lareira, o alfa lúpus preparou o fogo e usou uma das velas para acender. Logo uma fogueira generosa se ergueu e um calor começou a emanar da lareira. Ao menos o ômega poderia vestir-se perto do fogo sem congelar.

Satisfeito por ter cumprido seu dever, Jungkook deixou o quarto para procurar Jieun. Checou primeiro seu quarto, mas sabia que ela provavelmente já estava no andar de baixo, fazendo o desjejum, ou no escritório de seu pai, tentando aprender a ler. Jungkook sacudiu a cabeça. Não era uma atividade a qual incentivaria, mas parecia ser importante para ela, embora ele não soubesse por quê.

Jungkook não via problema em pedir ao padre Haneul que a ensinasse, se isso a deixaria feliz. E também não se importava nem um pouco de usar isso como moeda de troca para que ela o ajudasse com Jimin. Acabou encontrando-a na mesa discutindo com Taehyung – um evento normal em qualquer dia. Jungkook tomou seu lugar e revirou os olhos quando seus irmãos nem fizeram uma pausa na discussão para cumprimentá-lo. Ele limpou a garganta e, como não recebeu resposta, bateu forte na mesa.

Jeon Taehyung e Jieun viraram a cabeça imediatamente na direção de Jungkook.

– Onde está Namjoon? – ele perguntou calmamente.

Jieun deu de ombros.

– Ele já tomou café. Disse que sairia com os guerreiros.