CAPÍTULO 21

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Os olhos de Jimin se tornaram quase negros quando as pupilas se dilataram. Apenas uma estreita moldura do castanho-esverdeado permaneceu ao redor da escuridão e seu medo se tornou algo que Jungkook não apenas podia enxergar, mas também podia sentir.

Jimin levantou-se rapidamente, afastando-se do alfa com uma expressão de pânico. Jimin tropeçou em um dos baús, caiu para trás e tentou se levantar para continuar o caminho até a porta. Jungkook levantou-se imediatamente e foi até o ômega, determinado a fazê-lo entender que não deveria temê-lo. Ele não conseguia aguentar a ideia de que Jimin o temesse.

– Jimin. Jimin! – O ômega virou seu rosto para que olhasse diretamente para ele. – Jimin, por favor. Não precisa ficar com medo. Quero apenas entender. Por favor, acredite nisso.

Jungkook tocou seu rosto, acariciando-o suavemente, e intensificou seu cheiro pelo quarto enquanto tentava acalmar o pânico de seu esposo. Gradualmente, a respiração do ômega desacelerou e o terror sumiu um pouco de seu olhar.

– Isso – Jungkook disse. – Respire fundo, pequeno. Você não tem nada a temer. Quero apenas conversar com você. Gostaria de entender você, Jimin. Acho que passou tempo demais sendo mal interpretado.

Jungkook ajudou-o a se levantar e depois segurou suas mãos macias e gorduchas, conduzindo-o para a cama, para que ficasse mais confortável. O banco rígido na frente da lareira apagada já não era um lugar decente. Havia coisas demais que precisava saber sobre o ômega com quem se casou. Jungkook acomodou-o e depois se sentou diante do ômega, dobrando uma perna sobre o colchão, para que ficassem de frente um para o outro. Ele tomou suas mãos, apertando-as com firmeza.

– Estou certo, não é? Você não consegue ouvir.

Jimin fechou os olhos brevemente e assentiu uma vez.

Jungkook esperou até que o ômega reabrisse os olhos para então continuar.

– Mas você consegue de algum jeito entender o que as pessoas estão falando apenas observando suas bocas?

Mesmo enquanto dizia, Jungkook pensou como aquilo era incrível, mas tinha de ser verdade. Explicava muita coisa. Explicava por que, às vezes, Jimin parecia estar ciente e, outras vezes, parecia estar alheio, sem saber o que acontecia ao seu redor. Mais uma vez, o ômega assentiu.

Jungkook ficou estupefato. Se não estivesse vendo com os próprios olhos, não acreditaria que algo assim era possível. Havia tantas perguntas em sua cabeça que ele precisou controlar a vontade de jogá-las para fora imediatamente. Não queria sobrecarregá-lo.

Jungkook chegou mais perto, olhando-o nos olhos.

– Jimin, lá no saguão você falou. Disse duas palavras. Você não conseguia falar antes ou apenas escolheu não falar durante todo esse tempo?

O ômega engoliu em seco, duas vezes. Abriu a boca, mas parou, quase como se tivesse medo até mesmo de tentar.

– Tente – Jungkook incentivou gentilmente. – Não vou julgá-lo. Tente dizer as palavras.

Jungkook prendeu a respiração com a expectativa, apenas agora percebendo o quão importante seria se Jimin conseguisse comunicar-se verbalmente com ele. Jungkook nunca sentiu uma ansiedade como aquela. Seu pulso estava quase explodindo.

Jimin levou a mão à garganta e depois abriu a boca de novo. As palavras saíram um pouco truncadas e não mais que um sussurro.

– Eu t-tinha m-medo, alfa.

O peito de Jungkook se apertou com aquelas palavras tão simples, mas que transmitiam tanta emoção. Jungkook levantou o queixo dele para que o ômega enxergasse o que ele queria dizer. Era importante que Jimin entendesse. Ele o faria entender de qualquer jeito.

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